IBGE
Mais de 1,3 milhão de baianos moravam em favelas em 2022
O estado baiano ficou em 7º lugar no ranking de residentes em comunidade no Brasil
Por Da Redação
Em 2022, 1.370.262 pessoas moravam em favelas e comunidades urbanas, na Bahia, o que representa 9,7% da população do estado ou 1 em cada 10 habitantes. Ainda segundo o Censo Demográfico 2022, divulgado nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no país como um todo, o Brasil tinha 16.390.815 pessoas residiam em favelas e comunidades urbanas, correspondendo a 8,1% do total da população
O estado baiano ficou em 7º lugar no ranking de residentes em favelas no Brasil liderado por Amazonas (34,7% da população em favelas), Amapá (24,4%) e Pará (18,8%) e o 4º maior número absoluto de pessoas vivendo em favelas, abaixo de São Paulo (3.630.519), Rio de Janeiro (2.142.466) e Pará (1.523.608).
Em 2022, o Censo Demográfico identificou 572 favelas e comunidades urbanas na Bahia, distribuídas em 28 municípios, que representavam 6,7% dos 417 existentes no estado. A Bahia tinha o 8º maior número de favelas, num ranking liderado por São Paulo (3.123 favelas), Rio de Janeiro (1.724) e Pernambuco (849). No Brasil como um todo, o Censo 2022 mapeou 12.348 favelas e comunidades urbanas, em 656 municípios (11,8% dos 5.570 existentes).
De acordo com os dados, Tancredo Neves possuia uma população 38.871 em 2022, e aparece logo a frente de outro bairro popular de Salvador, Pernambués, que, com uma população de 35.110 está na décima primeira posição.
Na Bahia, 19 das 20 favelas mais populosas estão em Salvador. Depois de Beiru/Tancredo Neves e Pernambués, vêm as áreas de favela de Valéria (21.635 moradores), Bairro da Paz (20.509) e Santa Cruz (19.833). A favela de Teotônio Vilela - Ilhéus, com 12.788 moradores, é a única das 20 mais populosas (14ª) fora da capital.
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O total de favelas na Bahia em 2022 (572) era pouco mais que o dobro de 2010, quando haviam sido identificadas 280 áreas. Ainda assim, nesse período, o estado caiu três posições no ranking nacional: tinha o 5º maior número de favelas e passou a 8º. Isso porque, de um Censo para o outro, houve aumento do número de favelas identificadas em todas as unidades da Federação, e o crescimento baiano foi o 6º menor dentre elas.
O aumento generalizado no total de favelas e comunidades urbanas se deveu, em parte, a aprimoramentos metodológicos e tecnológicos do próprio IBGE, que permitiram identificá-las melhor e com mais precisão. Além de terem aumentado numericamente, as favelas e comunidades urbanas também ampliaram sua presença no território baiano.
Em 2010, haviam sido encontradas em apenas 10 municípios do estado, número que quase triplicou em 2022, indo a 28. Salvador, seguiu, de longe, o município com maior número de favelas e comunidades urbanas na Bahia: 262, ou 45,8% do total do estado. Em seguida vinham Feira de Santana (49), Camaçari (47) e Lauro de Freitas (35). Mas, considerando as cidades que tinham favelas em 2010 e 2022, Salvador apresentou apenas o 4º maior aumento numérico dessas áreas (+20 favelas em 12 anos), abaixo de Camaçari (+37 favelas), Itabuna (+33) e Lauro de Freitas (+28).
Salvador tinha, em 2022, o 5º maior número de favelas entre os 656 municípios brasileiros onde foram identificadas essas áreas. São Paulo (SP) (1.359), Rio de Janeiro (RJ) (813), Fortaleza (CE) (503) e Recife (PE) (295) lideravam o ranking, cujos nove primeiros lugares eram ocupados por capitais, com Guarulhos (SP) em 10º (170 favelas).
Para o IBGE, as favelas e comunidades urbanas são territórios populares originados das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura etc.), diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade.
Em muitos casos, devido à sua origem compartilhada, relações de vizinhança, engajamento comunitário e intenso uso de espaços comuns, as favelas constituem identidade e representação comunitária. Para identificar favelas e comunidades urbanas, o IBGE considera a predominância de domicílios com graus diferenciados de insegurança jurídica da posse e pelo menos um dos demais critérios abaixo:
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