DESESPERO
"Não é filha de cachorro", diz mãe ao pedir ajuda para encontrar jovem
Ana Lúcia foi vista pela última vez, no dia 3 de abril, na praça do bairro onde mora
Por Andrêzza Moura

"Estou orando diferente. Pedindo a Deus para mandar minha filha viva ou morta. Se eu não aguentar ver [morta], quero ouvir, quero enterrar ela no cemitério. Ela não é filha de cachorro, tem mãe e pai". O relato é da dona de casa Luciene Carvalho Santos, 46 anos, que revelou que não tem mais esperança de encontrar a filha, Ana Lúcia Almeida Santos, 20, com vida.
A jovem foi vista pela última vez na tarde da quinta-feira, 3 de abril, na antiga Praça da Lagoa, no bairro Cidade Alta, em Camacã, na região sul da Bahia. Segundo dona Luciene, Ana saiu de casa, às 16h, na companhia de uma prima e, por volta das 23h30, ligou para a ela dizendo que já estava retornando.
"Minha sobrinha disse que ela se desentendeu com ex-namorado, jogou um litro de bebida na moto dele. Ele ameaçou ela e disse: 'você vai ver'. Ela estava voltando sozinha, amanhã, faz oito dias", lamentou a senhora.
Dona Luciene contou que, desde o dia em que a filha desapareceu, passa os dias fazendo buscas na cidade. "Já fui na delegacia, já fui em hospitais e nada. Minha filha não é de sumir, toda vez que sai, avisa. Estou sofrendo. Minha comida é água, parei até de tomar meus remédios. É Deus quem está me dando força", disse ela.
"Eu liguei para ele [ex-namorado da filha]. Disse: 'me dá a minha filha de volta, diga onde ela está, viva ou morta. Tenho o direito de saber'. Ele não me respondeu nada. Eu, como mãe, sei que minha filha não está mais viva", desabafou a mulher, revelando que não tem raiva do rapaz e que o perdoa.
Ana e o rapaz namoraram por três meses e, estão separados desde janeiro de 2024. "Ele ciumava dela. Uma vez, na virada do ano [2023/ 2024], eles brigaram e ele foi para bater nela. Mandei ela entrar e disse que não queria ele mais aqui, falei para se separarem", lembrou a mãe.
Nesta quarta-feira, os filhos, o marido e os tios de Ana fizeram buscas nas regiões de mata, que fica próximo ao local onde ela desapareceu. "Queria ir hoje procurar, mas meu marido não deixou. Disse: 'gente, vamos procurar nos matos, minha filha está nos matos. A polícia não está procurando nos matos, não", afirmou dona Luciene. Conforme ela, até esta quarta-feira, não havia recebido nenhuma resposta da Polícia Civil.
O Portal A TARDE procurou a assessoria de comunicação da Polícia Civil por meio de e-mail, mas, até a publicação dessa matéria.
Embora o caso tenha sido registrado em Camacã, é possível passar informações sobre o paradeiro de Ana Lúcia através dos números (71) 3116-0000 ou (71) 3116-0357, do Departamento de Proteção à Pessoa (DPP), ou pelo 181, no Disque Denúncia. O DPP funciona todos os dias da semana, 24 horas, e as denúncias podem ser feitas de forma anônima.
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