Nova hidrovia da Bahia vai escoar 5 milhões de toneladas de cargas

Projeto robusto do governo federal, que conta com o apoio da Bahia, a nova hidrovia erguida sobre os afluentes do Rio São Francisco promete movimentar 5 milhões de toneladas em transporte de cargas no primeiro ano de operação.

O presidente da Codeba (Companhia das Docas do Estado da Bahia), Antônio Gobbo, é um dos baianos que encabeça o debate sobre a construção da nova hidrovia. Para ele, a edificação é capaz de fazer a integração social e econômica do Brasil.

“A hidrovia do São Francisco, é, talvez, um dos mais emblemáticos projetos socioambientais e de engenharia social desse país. Eu não tenho dúvidas nenhuma em falar isso. É um rio de integração nacional”, disse Gobbo ao Portal A TARDE nesta sexta-feira, 29.

Presente na feira Index Bahia, que acontece no Centro de Convenções, em Salvador, Gobbo ainda defendeu a iniciativa como polo fundamental para sustentar os setores produtivos, que vão além do estado

“Você tem 505 municípios abrangidos. Tem setores da agricultura, indústria, mineração que foram criados, se desenvolveram ao longo do rio e vão ser beneficiados através da nova hidrovia. É uma nova fronteira logística e de desenvolvimento”, afirmou o chefe da Codeba.

A hidrovia terá 1.371 quilômetros de extensão navegáveis. Em junho, a Codeba iniciou os estudos técnicos sobre o equipamento, em parceria com a Infra S.A, após a assinatura do termo e descentralização da gestão e exploração do projeto logístico.

Com a novidade, as cargas de insumos agrícolas, gesso, gipsita, calcário, grãos, bebidas, minério e sal também passarão a ser escoados na Bahia, segundo contou Gobbo.

“Nós estamos sendo conservadores no projeto para que ele seja totalmente viável, Isso são 5 milhões de toneladas, que hoje, não são escoadas pelos postos da Bahia e passarão a ser escoadas através da hidrovia e dos postos da Bahia”, declarou ao A TARDE.

Conheça as etapas do projeto da nova hidrovia do Rio São Francisco

O projeto será desenvolvido em três etapas, com destaque para a conexão direta com os portos baianos.

Primeira fase

Nesta fase inicial, o governo federal entende que as cargas devem transportadas para os seguintes locais:

• Juazeiro;
• Sobradinho;
• Ibotirama (BA);
• Em seguida, elas seguirão por rodovias até o Porto de Aratu-Candeias.

Segunda etapa

A segunda etapa conectará Ibotirama a Bom Jesus da Lapa e Cariacá, com integração ferroviária até os portos de Aratu-Candeias e Ilhéus.

Terceira etapa

Por fim, a terceira fase prevê a ampliação da hidrovia até Pirapora (MG).

A Nova Hidrovia do São Francisco é considerada estratégica para o escoamento de cargas e o desenvolvimento regional, promovendo um transporte mais sustentável, eficiente e competitivo para todo o país.

Obras

A expectativa é que as obras entre Juazeiro e Petrolina sejam iniciadas em 2026, ainda sem data definida para a intervenção. A ideia é que o projeto seja iniciado com a conexão de Pirapora (MG), Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).

Já os editais, por sua vez, devem ser lançados no mês de setembro.