MEIO AMBIENTE
Operação busca erradicar coral invasor na Baía de Todos-os-Santos
Oceanógrafa Alice Reis detalhou como o processo de retirada será feito
Por Victoria Isabel
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) estão liderando uma operação para erradicar o Chromonephthea Braziliensis, que ameaça a biodiversidade da Baía de Todos-os-Santos (BTS). Em entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM, a oceanógrafa Alice Reis detalhou o processo para retirada.
De acordo com a pesquisadora, a presença do octocoral foi identificada por meio de incrustações em plataformas de petróleo no litoral do Rio de Janeiro, que podem ter sido transportadas para a BTS. “Essa invasão se dá através de embarcações, plataformas de petróleo. Todas as estruturas que ficam paradas por muito tempo e acabam se deslocando têm potencial para transportar invasores.
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O coral, conhecido como octocoral, é um organismo de corpo mole e coloração rosada, capaz de atingir mais de um metro de altura, por isso ele apresenta características como rápido crescimento. “Os nossos corais são endêmicos de crescimento lento, e essa espécie tem corpo mole, então elas conseguem desenvolver tecidos em uma velocidade maior. Elas se desenvolvem muito rapidamente em qualquer lugar”.
“Ela vai ocupar espaços que ainda não estão ocupados e colonizar aquele espaço. Então ao invés do coral nativo se reproduzir naquele local, ela toma esse lugar e coloniza antes e também tem a possibilidade de agredir os já existentes. Essa espécie libera uma substância que causa necrose em algumas espécies de corais nativos”, completou.
Além dos corais, a degradação afeta recursos pesqueiros, compromete a proteção costeira e prejudica o turismo ecológico, atividades econômicas essenciais para a região.
Erradicação
As visitas de monitoramento estão programadas para os dias 8, 15, 22 e 29 de janeiro, além de 4 de fevereiro. Ao fim do experimento, será utilizada a melhor técnica possível para a remoção de todos os indivíduos. E a região será monitorada para evitar o retorno da espécie.
“São várias etapas, como esta é uma espécie que ainda não tem uma técnica para erradicação. Então o primeiro passo é identificar o melhor método, então temos uma parceria com os pesquisadores para isso. Então pode ser uma remoção mecânica ou pode ser injetada alguma substância que cause a mortalidade do organismo. Hoje o experimento aponta que as duas formas funcionam”, disse a oceanógrafa.
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