VOZES DA DOR
Pesquisa aborda violência estrutural e de Estado no Brasil
Lançamento acontece nesta quinta, 25, no Centro de Estudos Afro-Orientais, no Largo Dois de Julho
Por Da Redação
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado nesta quinta-feira, 25, foi a data escolhida para o lançamento, em Salvador, da pesquisa 'Vozes da Dor, da Luta e da Resistência das Mulheres/Mães de Vítimas da Violência de Estado no Brasil'.
O evento acontece no Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO), no Largo Dois de Julho, das 15h às 18h e terá a presença de importantes vozes do movimento Mães de Maio, além de acadêmicos e ativistas envolvidos no estudo.
Entre elas, Rute Fiuza, mãe de Davi Fiuza, desaparecido desde outubro de 2014 durante uma operação de treinamento com policiais descaracterizados. Rute é uma das pesquisadoras sociais envolvidas no estudo e destaca a importância do trabalho realizado.
“Esta pesquisa é um grito de socorro e de resistência. As mulheres e mães que perderam seus filhos para a violência de Estado não podem ser silenciadas. Nós nos organizamos para lutar contra o adoecimento e a impunidade, para que nossas histórias de dor possam se transformar em políticas públicas que previnam novas tragédias.”
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A pesquisa foi desenvolvida através de parceria entre o Movimento Independente Mães de Maio e o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Universidade Federal de São Paulo (CAAF UNifesp) e tem como objetivo contribuir para o debate sobre a violência estrutural e a violência de Estado no Brasil.
Financiada pelo Centro David Rockefeller de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Harvard e com apoio adicional do Centro de Liderança Pública e do Centro Bloomberg de Cidades da Escola de Governo da Universidade de Harvard, a pesquisa busca identificar como as mães e familiares de vítimas de violência de Estado têm se organizado e resistido a esses processos de opressão.
O levantamento e a análise de dados foram conduzidos através de uma metodologia participativa, envolvendo rodas de diálogo e a construção de narrativas individuais e coletivas.
As experiências e memórias compartilhadas por mulheres/mães de vítimas em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará foram fundamentais para a formulação de estratégias de enfrentamento ao sofrimento e ao adoecimento causados pela perda de seus entes queridos.
A pesquisa também propõe contribuir na formulação de políticas públicas de reparação que possam interromper o ciclo de violência, impunidade e trauma causado pelo próprio Estado. O relatório da pesquisa já foi apresentado em São Paulo, Santos, Rio de Janeiro e Fortaleza.
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