FEMINICÍDIO
Protesto marca enterro de jovem morta pelo ex-namorado na Bahia
Ana Lúcia foi encontrada morta 26 dias depois de desaparecer misteriosamente
Por Andrêzza Moura

O corpo de Ana Lúcia Carvalho da Silva, 20 anos, jovem desaparecida no dia 3 de abril e encontrada morta, na noite da terça-feira, 29, foi sepultado às 12h30, dessa quinta-feira, 1º de maio, no Cemitério Cantinho da Saudade, em Camacã, região sul do estado, sob um clima de muita comoção e revolta. Ela foi assassinada pelo o ex-namorado, Esnan da Silva Souza.
Após 26 dias de intensas buscas, incertezas e angústia da família da garota, Esnan resolveu confessar o crime e levar a polícia a uma área de mata no distrito de Jaqueira, na mesma cidade, e indicar o local onde havia escondido o corpo.
Horas antes do enterro, familiares, amigos e vizinhos de Ana se reuniram em frete à Delegacia Territorial de Camacã para protestar e pedir justiça por pela morte brutal de Ana.
“Depois que o corpo saiu de Itabuna[Departamento de Polícia Técnica], o pessoal ficou sabendo que ele [ex-namorado] estava dando depoimento na delegacia. Estava todo mundo revoltado. Mas, conseguimos controlar. Não é certo fazer justiça com as próprias mãos”, disse Maria Clara Moura dos Santos, amiga de Ana e da família dela. Depois do protesto eles saíram em carreata pela cidade.
Segundo Maria Clara, a região onde o cadáver foi encontrado fica muito distante do local onde a jovem havia sido vista com vida pela última vez, na antiga Praça da Lagoa, no bairro Cidade Alta.
Antes de desaparecer, por volta das 23h30 do dia 3 de abril, Ana havia ligado para a mãe e informado que estava retornando para casa. “O corpo estava perto da Rodoviária, na Rua da Jaqueira, muito longe de onde sumiu. Por isso, a gente procurava e não encontrava. Nunca iríamos imaginar que estava lá. Só procuramos na mata daqui do Sarampo, perto de onde ela sumiu”, explicou a amiga.
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A senhora confessa que ainda tenta entender tal brutalidade com uma menina que tinha um longo futuro pela frente. “Ele disse que foi amor. Falou que a amava e matou por amor. Nunca ia imaginar que isso fosse acontecer com ela. Ainda não sabemos como ela foi morta, mas disseram que estava muito machucada. Vi Ana crescer. Era uma menina doce e que respeitava todo mundo”, lamentou Maria Clara.
Investigação
Durante as diligências, os investigadores da Delegacia Territorial de Camacã fizeram buscas na casa de Esnan e descobriram que ele havia dado o celular de Ana a um tatuador da cidade como parte do pagamento do serviço de tatuagem. Preso temporariamente, ele vai responder por feminicídio e ocultação de cadáver.
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