FUNDO FINANCEIRO
Mansões e franquias: saiba como funciona a 'Caixinha do CV'
Segundo a denúncia do Gaeco, os valores arrecadados têm dois destinos
Por Redação
O diheiro que sustenta os atividades criminosas do Comando Vermelho (CV), virou alvo de um operação realizada nesta quarta-feira pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ) e pelas polícias Civil e Militar, no Complexo do Alemão, Zona Norte da capital. A chamada "Caixinha do CV" é usada desde o suporte para bocas de fumo até para bancar a vida de luxo dos chefões do tráfico.
De acordo com o Gaeco, a "Caixinha do CV" funciona como uma "franquia": chefes de pontos de venda de drogas nas comunidades dominadas pela facção pagam uma mensalidade e, em troca, têm acesso à marca da organização. Aos fornecedores de entorpecentes, recebem suporte logístico e apoio bélico.
Ainda segundo a denúncia do Gaeco, os valores arrecadados têm dois destinos. Em primeiro lugar, vão para os chefes do grupo criminoso, que se aproveitam deles e se tornam "barões do tráfico", que constroem mansões nas comunidades do Rio. Em segundo, o dinheiro é usado para formar um fundo financeiro da facção.
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Esse fundo teria quatro funções: compra de arma, munição e drogas; concessão de empréstimos e investimento em tomada de território e/ou recomposição financeira; pagamento de pensão a integrante presos; e pagamento de propinas a agentes públicos.
Movimentação do dinheiro
A investigação identificou que, para movimentar o dinheiro, são feitos depósitos e saques abaixo de R$ 10 mil e em dinheiro, são realizadas transferências sucessivas e de formas fracionadas. Há também evidência de que são usadas "contas de passagem", com movimentação passageira de valores e saques em dinheiro para pulverizar as quantias. Assim, o dinheiro é lavado e a identificação da cadeia de transmissão e do beneficiário é dificultada.
Com base nesses dados, a polícia descobriu que o dinheiro a ser lavado partia da "Caixinha do CV", administrada, 2019, pelo traficante Carlos Henrique dos Santos, o Carlinhos Cocaína, já morto. Ele era integrante da cúpula da facção e comandava o tráfico na Cidade de Deus.
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