BRASIL
Mulher é desclassificada do Enem por usar aparelho para doença rara
Iranilde Rodrigues de Sousa possui dor crônica na coluna
Uma mulher portadora de uma doença rara, foi desclassificada do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) após ter o uso de um aparelho eletrônico necessário para controlar a dor crônica na coluna, negado pela organização do exame. Iranilde Rodrigues de Sousa, de 49 anos, mora em São Sebastião, município de São Paulo.
Iranilde contou ao portal Metrópoles, que foi direcionada para realizar o exame em uma sala privativa, por ser uma pessoa com deficiência (PCD). Quando chegou ao local, informou aos fiscais que o aparelho, responsável por aliviar as dores, deveria permanecer ligado, e se ofereceu para deixar o controle com a equipe, mas não adiantou, sendo impedida de fazer a prova.
Leia mais
>> Confira quando sai gabarito e resultado final do Enem 2024
>> Enem 2024: como se preparar para a segundo dia de provas
A mulher afirma que ao se inscrever no Enem, recebeu confirmação do próprio site do Inep de que teria as condições específicas atendidas, inclusive o uso do neuroestimulador necessário para controlar as fortes dores que sente na coluna. O controle do dispositivo é feito por um AirPod, que, por meio de um aplicativo, permite o ajuste da intensidade do neuroestimulador, conforme a necessidade da paciente.
Iranilde é alérgica a analgésicos opioides fortes, como morfina, o neuroestimulador e afirma que sua única alternativa para gerenciar a dor é através do dispositivo. “Eu sugeri que o controle ficasse com eles para ajustarem a potência conforme necessário, mas não aceitaram”, relatou.
Segundo Iranilde, o coordenador propôs que ela deixasse o aparelho desligado ao lado de fora da sala, podendo ligá-lo apenas sob supervisão, quando necessário. Iranilde argumentou que essa orientação a prejudicaria, pois não tinha tempo extra para fazer a prova e teria que se levantar frequentemente, o que interromperia tanto sua concentração quanto a dos demais candidatos.
“Eu avisei que isso ia me prejudicar, mas eles não permitiram de jeito nenhum. Me senti humilhada”, contou.
Mesmo apresentando os documentos que comprovavam a condição e a necessidade do neuroestimulador, o coordenador afirmou que, sem autorização explícita do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação da prova, o dispositivo não poderia permanecer ligado, levando à sua desclassificação.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes