TRANSPORTE
Novas companhias aéreas regionais devem chegar ao Brasil em 2026
Governo lança crédito bilionário e prevê leilão do Porto de Santos em dezembro

Por Isabela Cardoso

O transporte aéreo brasileiro deve ganhar reforço em 2026 com a entrada de duas novas companhias voltadas a rotas regionais. A informação foi confirmada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, em entrevista ao videocast C-Level, da Folha de S. Paulo.
Segundo o ministro, a Total Linhas Aéreas, hoje dedicada ao transporte de cargas, deve iniciar voos regionais de passageiros. Já a segunda companhia, ainda em fase de estruturação, terá capital 100% nacional e será dedicada exclusivamente à aviação regional.
"A segunda é uma nova empresa que é só de aviação regional, de capital nacional, com empresários brasileiros que estão trabalhando para fazer esse investimento", disse Costa Filho.
Estímulo à aviação regional
Para viabilizar a expansão, o governo lançou o Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), com R$ 4 bilhões em crédito via BNDES. É a primeira linha de financiamento exclusiva para o setor aéreo no país. A expectativa é que os recursos impulsionem a compra de aeronaves da Embraer e abram caminho para a chegada de modelos low cost.
Segundo Costa Filho, o Brasil precisa ampliar sua frota nacional da Embraer, que hoje representa apenas 12% dos aviões em operação, enquanto a fabricante é amplamente utilizada em outros países. Latam, Gol e Azul já negociam a aquisição de até 60 aeronaves regionais da empresa.
O ministério também avalia a criação de uma companhia aérea em parceria com governadores do Nordeste, em formato semelhante ao da TAP, em Portugal, e da Aerolíneas Argentinas.
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Portos e aeroportos em transformação
Além da aviação, o ministro confirmou que o leilão do megaterminal de contêineres T10, no Porto de Santos (SP), ocorrerá na segunda quinzena de dezembro. O Tribunal de Contas da União (TCU) ainda define o modelo da disputa, após recomendação da Antaq para limitar a participação de empresas já atuantes.
“Eu sou favorável à democratização [do leilão] desde que não haja concentração de mercado”, disse.
Na aviação comercial, outra frente é a repactuação da concessão do Galeão (RJ). O contrato entre a Vinci e a Changi deve ser assinado até 30 de outubro, e a expectativa é concluir o processo em novembro.
Obras em Congonhas e expansão regional
O ministério também aposta no Programa Ampliar, que prevê R$ 2 bilhões em investimentos privados para modernizar 19 aeroportos regionais.
Em Congonhas (SP), estão programados R$ 2,5 bilhões em obras de infraestrutura para reduzir a saturação e melhorar a segurança. Como alternativa para aliviar o tráfego aéreo, o governo estuda ampliar o uso do aeroporto Catarina, a 70 km da capital paulista, e expandir o terminal de Olímpia, no interior do estado.
Aviação regional no radar
De acordo com Costa Filho, o foco é aumentar a conectividade entre capitais e cidades médias, principalmente no Norte e Nordeste, regiões com maior déficit de voos. “Tenho confiança de que a aviação brasileira viverá um ciclo de fortalecimento nos próximos anos”, afirmou.
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