BRASIL
Número de famílias unipessoais do Bolsa Família é maior que o esperado
Cadastros podem indicar fraudes ou erros
Por Redação
O número de pessoas que moram sozinhas e recebem o benefício do Bolsa Família, está acima do limite considerado razoável pelo governo em quase dois terços dos municípios do país. De acordo com a avaliação do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), uma parcela superior a 16% das famílias cadastradas como unipessoais pode indicar eventuais fraudes ou erros no cadastro, com base em dados de pesquisas do IBGE.
Uma nova auditoria no Bolsa Família deve ser anunciada junto com o pacote de contenção de gastos públicos que vem sendo gestado pelo Executivo. O objetivo é retirar quem está recebendo o auxílio indevidamente para abrir espaço a quem de fato precisa.
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De acordo com o Globo, o percentual de famílias unipessoais no programa aumentou muito no governo de Jair Bolsonaro, quando o valor do benefício não variava, não importando o número de pessoas na família. O número saiu de 2,2 milhões no fim de 2021 para 5,8 milhões um ano depois.
Hoje, são 4,057 milhões de famílias unipessoais no Bolsa Família, ou 19,58%, contra 23,37% em setembro de 2023. Mas o número varia por localidade, e há cidades onde quase 60% das famílias beneficiárias são unipessoais.
Em muitos casos identificados pelo governo, casais que vivem juntos há anos declaram morar sozinhos, o que possibilita receber dois benefícios, por exemplo. O programa, contudo, prevê o auxílio à família, que deve ter renda de até R$ 218 por pessoa para se enquadrar nos critérios de demissão.
Uma das medidas do governo para regularizar a situação foi definida em agosto de 2023: o limite de 16% de famílias unipessoais em relação ao total de beneficiários do programa em todos os municípios. A partir do percentual, os municípios não podem mais cadastrar famílias desse grupo para ter acesso ao Bolsa Família, e não ser que os beneficiários tenham cadastros atualizados por meio de visitas domiciliares de agentes públicos.
A intenção é usar a mídia nacional como alerta para suspeitas de fraudes e forçar os municípios a verificar as informações no Cadastro Único, além de verificar in loco se as famílias inscritas como unipessoais são de pessoas que moram sozinhas. Um ano depois, 3.584 cidades têm esse percentual ou mais, segundo dados do MDS de setembro, o equivalente a 64% das prefeituras brasileiras.
Em setembro de 2023 o número era de 3.714 e chegou a cair a 2.894 (50%) em janeiro deste ano, mas desde maio vem subindo de forma ininterrupta. O teto definido pelo ministério se baseia na mídia da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de 2022, realizada pelo IBGE.
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