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Fim do 'gatonet'? Serviços de streaming piratas são suspensos no Brasil
Ação internacional desativa serviços populares de TV e streaming ilegais

Por Isabela Cardoso

Milhares de brasileiros ficaram sem acesso a plataformas ilegais de streaming e TV após uma operação contra pirataria realizada na Argentina. A ação, que começou a surtir efeito neste fim de semana, atingiu uma rede que operava clandestinamente a partir de Buenos Aires e abastecia o mercado de gatonet na América Latina.
Segundo a Alianza, entidade que reúne empresas do setor audiovisual e combate a pirataria na região, a investigação é conduzida pelo Ministério Público argentino e corre sob sigilo judicial.
A ofensiva resultou na desativação de dezenas de plataformas que funcionavam por meio de TV boxes piratas, com destaque para os populares My Family Cinema, Eppi Cinema e TV Express, conhecidos por oferecer catálogos de filmes e canais pagos sem autorização dos detentores dos direitos autorais.
Brasileiros relatam prejuízos e serviços fora do ar
Nas redes sociais e em sites como o ReclameAqui, multiplicam-se relatos de consumidores que pagaram por planos anuais e perderam o acesso repentinamente. “Meu aplicativo parou de funcionar de um dia para o outro, e o contrato ainda estava ativo”, escreveu um usuário sobre o TV Express. Outro relatou ter “ficado sem serviço” após pagar um ano antecipado do My Family Cinema.
Usuários desses serviços receberam mensagens informando o encerramento definitivo das operações por “questões de direitos autorais”, em tom de despedida: “Agradecemos pela confiança e apoio ao longo dos anos. Desejamos tudo de melhor na descoberta de novos aplicativos que enriqueçam sua vida digital".

Além dos serviços mais conhecidos, a operação também derrubou o acesso a plataformas como Weiv TV, Cinefly, Red Play, Boto TV, Blue TV, Super TV Premium, Pulse TV, Nossa TV, Megamax+ e Onda TV, entre outras distribuídas em aparelhos de marcas como BTV e Duosat.
Buenos Aires era o “centro de comando” da pirataria
De acordo com Jorge Bacaloni, presidente da Alianza, o grupo desmantelado operava a partir da capital argentina, responsável por marketing e vendas para outros países. O Brasil era o principal mercado consumidor dos serviços ilegais.
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A rede chegou a reunir 6,2 milhões de assinantes no mundo, dos quais 4,6 milhões eram brasileiros. No auge, o número chegou a 8 milhões de usuários. O faturamento estimado variava entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões por ano (cerca de R$ 1 bilhão).
TV boxes e a ilusão do “serviço pago e legal”
Os chamados TV boxes piratas são aparelhos com sistema Android modificado que permitem o acesso a aplicativos de streaming e canais pagos sem autorização. Embora cobrem taxas mensais ou anuais, os serviços são ilegais. Muitos consumidores, no entanto, acreditam estar contratando plataformas regulares por causa do pagamento envolvido.
A Anatel reforça que apenas dispositivos homologados pela agência são considerados seguros e legais. O órgão mantém uma página com a lista de modelos aprovados, lembrando que aparelhos sem certificação podem expor os usuários a riscos de segurança e violação de dados.
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