POLÍCIA
Operação desarticula elo entre PCC e CV no tráfico de armas
Suspeitos integravam uma estrutura compartilhada entre as duas maiores facções criminosas do Brasil
Por Redação

Uma ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro desarticulou parte da engrenagem que abastecia duas das principais facções criminosas do país. Um homem e uma mulher foram presos suspeitos de operar o fornecimento de armamentos e entorpecentes tanto para o Comando Vermelho (CV) quanto para o Primeiro Comando da Capital (PCC). A ofensiva, batizada de Operação Bella Ciao, é coordenada pela Delegacia de Combate a Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD).

Segundo os investigadores, os suspeitos integravam uma estrutura compartilhada entre os grupos criminosos, funcionando como um consórcio voltado ao abastecimento do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio.
Os presos
Entre os capturados está Ana Lúcia Ferreira, detida em Taubaté (SP). Ex-companheira de Elton Leonel da Silva, conhecido como "Galã", um dos líderes do PCC e figura central no tráfico internacional de armas e drogas, Ana também teve um filho com outro integrante da facção paulista. Ela atuava como negociadora junto a fornecedores internacionais, especialmente na região de fronteira com o Paraguai, em Ponta Porã (MS).
O outro preso é Gustavo Miranda de Jesus, localizado na Pavuna, também na Zona Norte do Rio. Considerado o braço direito do traficante Fhillip da Silva Gregório, o "Professor", Gustavo assumiu operações financeiras da facção até a morte do comparsa, executado há cerca de um mês com um tiro na cabeça.
Um terceiro envolvido, Luiz Eduardo Grego, apelidado de "Cocão", permanece foragido. A polícia aponta que ele vinha sendo preparado por Ana Lúcia para assumir o papel dela na intermediação com fornecedores estrangeiros.
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Lavagem milionária e fachada de eventos
A investigação, iniciada há mais de um ano, teve como ponto de partida a movimentação financeira de Fhillip Gregório. A partir disso, os agentes chegaram até Gustavo, responsável por operações de lavagem de dinheiro que somam mais de R$ 250 milhões. As transações ilícitas passavam por empresas de fachada e eventos populares, como bailes funk. Um dos negócios utilizados como cobertura seria um mercadinho sem atividade comercial significativa.
Já Ana Lúcia, além de servir como elo entre PCC e CV, também facilitava a entrada de drogas e armamentos pelas rotas clandestinas da fronteira, com base em contatos mantidos há anos com lideranças do crime organizado.
A Polícia Civil segue com diligências para localizar "Cocão" e identificar outros envolvidos no esquema.
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