ERRO MÉDICO
Pacientes ficam cegos após equipe trocar soro por produto de limpeza
Das 23 pessoas submetidas à cirurgia, 12 pacientes ficaram com complicações pós-operatórias
Por Redação
![As cirurgias foram realizadas no dia 21 de outubro do ano passado, no Ambulatório de Especialidades Médicas (AME)](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1300000/1200x720/Pacientes-ficam-cegos-apos-equipe-trocar-soro-por-0130692300202502120924-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1300000%2FPacientes-ficam-cegos-apos-equipe-trocar-soro-por-0130692300202502120924.png%3Fxid%3D6553408%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1739396182&xid=6553408)
Ao menos 12 pessoas tiveram complicações pós-operatórias depois se serem submetidas a cirurgias de catarata, em um mutirão de Taquaritinga (SP). A organização responsável pela ação confirmou que ao invés de usar soro de hidratação, foi usado um produto de limpeza prórpia para pele e mãos.
Segundo comunicado do Grupo Santa Casa de Franca (SP), na última terça-feira, 11, a equipe constatou que, na hora de fechar o corte da cirurgia, em vez de um soro de hidratação, os profissionais utilizaram uma substância que, na verdade, serve para assepsia superficial de pele e mãos e que não pode entrar em contato com os olhos.
"Em vez de seguir o procedimento correto — onde a clorexidina é utilizada para assepsia e o soro Ringer para o selamento da incisão — houve o acidente, no qual a clorexidina foi aplicada em substituição ao soro Ringer. Isso significa que no processo cirúrgico, a equipe médica/assistencial inverteu a ordem do uso dos produtos", disse em nota.
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Na carta aberta ao governador, à imprensa e à população, o Grupo Santa Casa de Franca relata que abriu a sindicância em 28 de outubro, logo depois de uma primeira avaliação pós-operatória confirmar complicações nos pacientes. A apuração interna constatou que, de acordo com os protocolos da instituição, houve uma inversão na ordem de aplicação dos produtos.
As cirurgias foram realizadas no dia 21 de outubro do ano passado, no Ambulatório de Especialidades Médicas (AME). O Grupo Santa Casa, que anteriormente já havia confirmado um erro, mas não havia divulgado detalhes, também confirmou que todas as informações foram entregues à Secretaria de Estado da Saúde e que, após as constatações, afastou todos os profissionais envolvidos.
"O Grupo Santa Casa de Franca irá tomar todas as medidas para responsabilizar a equipe médica/assistencial perante os órgãos competentes."
Foram submetidos a cirurgia 23 pacientes. Desse total, 12 pessoas relataram complicações após o procedimento. Depois das denúncias, eles foram encaminhados para avaliações no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e, segundo o Grupo Santa Casa, também foram inseridos na fila de transplante de córnea do estado em dezembro.
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