FRAUDE BILIONÁRIA
Saiba quais os 5 caminhos que levaram a rombo na Americanas
PF apontou 5 motivos que podem ter levado varejista a prejuízos
A Americanas está envolvida em diversos escândalos devido a uma fraude que chega a R$ 25,2 bilhões. Em investigações, a Polícia Federal (PF) identificou cinco artimanhas usadas para o rombo na empresa.
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As práticas estão descritas no relatório feito pela PF que serviu de base para a Operação Disclosure, executada na quinta-feira, 27, de acordo com informação divulgada pelo jornal Metrópoles. Nesta operação, o ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez foi preso. A operação ainda resultou em mandados de prisões e apreensões contra ex-diretores da varejista.
1. Antecipação do VPC
A Verba de Propaganda Cooperada (VPC) é um valor que empresas destinam para que filiais, distribuidores, unidades ou revendedores usem em propaganda de marketing. No caso da Americanas, a varejista estava de acordo com a PF, conforme divulgação do Metrópoles, a fraude estava relacionada à antecipação do VPC, que incluía cartas que nem existiam.
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No caso da Americanas, o banco realizava um depósito de uma quantia correspondente aos valores de cartas de VPC na conta da varejista. As cartas eram enviadas por e-mail, independente de terem sido ou não negociadas com os fornecedores. No entanto, essas cartas sequer existiam.
Os valores, no entanto, eram diferentes. Enquanto em 2021, o cartão de crédito atingiu R$ 746 milhões, as operações de “risco sacado” somaram R$ 14,1 bilhões. A antecipação do VPC, no mesmo ano, ficou em R$ 1,4 bilhão.
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2. Risco sacado
O risco sacado é um processo de antecipação de recebidos através da modalidade de cessão de crédito, em que os fornecedores podem antecipar os valores das contas, que tem a receber das transações comerciais com seus clientes.
No caso da Americanas, as quantias vinculadas ao risco sacado haviam sido subestimadas por anos ou não eram registradas no balanço corretamente. Uma forma de não transparecer o resultado contábil da empresa.
3. Verba de Propaganda Cooperada
Ainda sobre o PVC, eram criados lançamentos contábeis fraudulentos, referentes a modalidade inexistente. O registro contábil era efetuado sem documentação de suporte.
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Além disso, documentos falsos eram criados para amparar esses lançamentos, apenas para atender a eventual demanda de comprovantes feita pela auditoria externa. Quando isso ocorria, a solução era criar e-mail dos fornecedores efetuando o de acordo para verbas de VPC, de acordo com a PF.
4. “Cartão de crédito”
Outra fraude é que a empresa não discriminava nas demonstrações financeiras e nem informava nas cartas que os bancos eram obrigados a enviar às auditorias externas soluções para manutenção de capital de giro.
Internamente, o primeiro desses recursos era chamado na empresa de “cartão de crédito”. O banco pagava aos fornecedores os valores integrais das notas fiscais e, em aproximadamente 30 dias, a varejista pagava à instituição financeira a quantia acrescida do custo financeiro.
Quando o banco pagava os fornecedores, nada era feito na contabilidade. Em seguida, quando ocorria o pagamento ao banco, era dada baixa na nota fiscal, com registro ao fornecedor.
Segundo delação premiada de Marcelo Nunes, ex-diretor financeiro da Americanas, esse esquema funcionava de forma similar ao “risco sacado”, só que a longo prazo.
5. Informações distorcidas
Em sua maioria, as fraudes da Americanas não tinham impacto nas demonstrações de resultados, mas produziam informações distorcidas sobre o crescimento do volume de vendas da varejista.
Isso ocorria na manipulação do Gross Merchandise Volume, o GMV (volume bruto de mercadorias) do lado online da varejista. O indicador oferece uma avaliação considerada precisa da receita que advém de canais digitais. A divulgação do GMV, por exemplo, era maior do que o efetivamente realizado pela empresa.
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