BRASIL
Satélites apontam megavazamentos de metano no Brasil
O metano é considerado um superpoluente climático

Por Victoria Isabel

Dados de satélite indicam que o Brasil, anfitrião da COP30, está entre os países associados a grandes vazamentos de metano da indústria de petróleo e gás, apesar dos compromissos internacionais de redução desse gás altamente poluente.
Em abril, plataformas independentes identificaram ao menos três eventos classificados como “superemissores” na bacia de Santos, ligados a embarcações que operam no campo de Tupi, no pré-sal. As informações foram compartilhadas com o site Climate Home News por plataformas independentes de monitoramento ambiental, como Carbon Mapper e SkyTruth.
Duas das plumas superaram 300 quilos de metano por hora e uma ultrapassou 700 quilos, muito acima do limite de 100 quilos por hora usado para definir superemissões. Especialistas avaliam que a ocorrência simultânea sugere um problema estrutural, e não um caso isolado. A Petrobras afirmou que mantém programas de monitoramento e que uma única observação por satélite não permite conclusões definitivas.
Embora as emissões da empresa tenham caído entre 2015 e 2022, dados indicam estabilização recente em cerca de 1 milhão de toneladas de CO₂ equivalente por ano. Organizações ambientais apontam que esse cenário contrasta com o discurso de liderança climática do país, signatário do Compromisso Global do Metano, que prevê redução de 30% até 2030.
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Casos semelhantes foram observados no Azerbaijão, anfitrião da COP29, onde vazamentos persistentes também foram detectados por satélite. Relatórios da ONU mostram que a maioria dos alertas sobre grandes emissões não recebe resposta oficial, evidenciando a distância entre promessas climáticas e a realidade do setor fóssil.
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