ESCRAVIDÃO
Vinícola Aurora pede desculpas a trabalhadores resgatados no RS
Terceirizada que prestava serviços para a Aurora, porém, não reconheceu as condições análogas à escravidão
Por Da Redação
Após o resgate de mais de 200 trabalhadores em condições de trabalho análogas à escravidão em vinícolas em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, uma das empresas envolvidas pediu desculpas em carta aberta.
"Estamos aqui, com a mente e o coração abertos, a começar tudo de novo, se for preciso, como fizeram nossos antepassados ao aqui desembarcarem", escreveu a vinícola Aurora.
A empresa Fênix Serviços Administrativos e Apoio a Gestão de Saúde LTDA, responsável pela terceirização dos trabalhadores da Aurora que foram resgatados em situação análoga à escravidão, rejeitou o acordo de indenização apresentado, anunciou o Ministério Público do Trabalho (MPT).
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A Fênix era responsável pela contratação e pelas condições de trabalho dos trabalhadores resgatados. A negativa ao acordo aconteceu em audiência virtual realizada com integrantes do MPT da Bahia e do Rio Grande do Sul.
De acordo com o MPT, a Fênix não reconheceu a ocorrência de trabalho em condições análogas à escravidão. Por isso não aceitou a proposta de acordo, especialmente o pagamento de indenização individual aos 207 trabalhadores resgatados.
Entenda o caso
No dia 22 de fevereiro, uma ação conjunta entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 207 trabalhadores que enfrentavam condições de trabalho degradantes em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. O resgate ocorreu depois que três trabalhadores que fugiram do local contactaram a PRF, em Caxias do Sul (RS), e fizeram a denúncia.
Atraídos pela promessa de salário de R$ 3 mil, os trabalhadores relataram enfrentar atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, longas jornadas de trabalho e oferta de alimentos estragados. Eles relataram ainda que, desde que chegaram, no início do mês, eram coagidos a permanecer no local sob pena de pagar multa por quebra do contrato de trabalho. A PF prendeu um empresário baiano responsável pela empresa, que foi encaminhado para o presídio de Bento Gonçalves.
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