ILÊ AIYÊ
Conheça as 15 finalistas que vão disputar o título de Deusa do Ébano
Candidatas se apresentam na Noite da Beleza Negra quando o Ilê Aiyê coroará sua nova Rainha

Por Beatriz Santos

O Ilê Aiyê anunciou as 15 finalistas ao título de Deusa do Ébano 2026, iniciando oficialmente o percurso que culminará na escolha da nova Rainha do bloco afro. As candidatas sobem ao palco no dia 17 de janeiro, durante a 45ª Noite da Beleza Negra, evento realizado na Senzala do Barro Preto e reconhecido por celebrar a estética, a ancestralidade e a força da mulher negra.
A disputa reúne finalistas de diferentes áreas, idades e trajetórias, todas unidas pela representatividade e pela conexão profunda com o Ilê.
A atual Rainha, Lorena Bispo, passará a coroa para uma das concorrentes, que serão avaliadas por dança, presença cênica, carisma, ancestralidade e energia, marcas históricas da competição que se tornou símbolo da cultura baiana.
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A realização da eleição da Deusa do Ébano 2026 é da Associação Cultural Bloco Carnavalesco Ilê Aiyê e do Governo Federal, com produção da Caderno 2 Produções.
O evento conta com apoio financeiro do Fundo de Cultura do Governo do Estado da Bahia, por meio do Edital de Ações Calendarizadas, além do apoio da ITS Brasil. A iniciativa integra o Plano Anual do Ilê Aiyê pela Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.
Conheça as finalistas do Deusa do Ébano 2026!
Bruna Christine

- Idade: 29 anos
- Ocupação: Roteirista e doutoranda em Artes da Cena
- Bairro: Lapa, Rio de Janeiro
- Participação: 1ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Eu acredito que ser Deusa do Ébano é um caminho de construção da minha autoestima soberana. Não é simplesmente pela beleza, mas uma oportunidade de sedimentar mais o meu valor e, principalmente, a minha conexão com a minha ancestralidade e com minha linhagem paterna que eu vim conhecer pela primeira vez. Apesar de sempre me reconhecer como mulher negra, tem um outro passo, que é quando você sai da sua casa para enfrentar o mundo, onde há pessoas que não reconhecem o seu valor. Para mim, o Ilê Aiyê é esse lugar de construção para que o mundo não me vença e eu sempre me mantenha inteira”.
Camila Cruz Silva

- Idade: 34 anos
- Ocupação: Trancista, professora de estatística, cozinheira e confeiteira
- Bairro: Plataforma, Subúrbio Ferroviário de Salvador
- Participação: 6ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Ser Deusa vai falar de minha mãe, falar de minha avó, falar dos meus antepassados, falar do meu povo, o povo que veio antes de mim, é contar a história daqueles que não tiveram a oportunidade de falar quem são. Então ser a Deusa do Ébano, para mim, é isso.”
Camila Morena

- Idade: 30 anos
- Ocupação: Advogada
- Bairro: Pernambués, Salvador
- Participação: 1ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Além de um sonho, é um compromisso com a minha comunidade, é um sonho ancestral. Estar aqui, entre as finalistas, é muita coisa. Ser uma das 15, para mim, já é a realização de um sonho”.
Carol Xavier

- Idade: 27 anos
- Ocupação: Estudante de Jornalismo
- Bairro: Sussuarana, Salvador
- Participação: 3ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Para reforçar a importância da elevação da autoestima para a minha comunidade, principalmente para as crianças negras. E mostrar para a minha filha que a gente pode alcançar lugares mais altos do que imaginamos”.
Cecília Cadile

- Idade: 35 anos
- Ocupação: Consultora de imagem e pesquisadora de tendências
- Bairro: Itapuã, Salvador
- Participação: 6ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Eu comecei nos 40 anos do Ilê e, durante esses 10 anos, também produzi outras candidatas, apostando no sonho de outras candidatas. Mas agora está na hora de continuar apostando no meu sonho. O título, para mim, é uma plataforma que ecoa a voz das mulheres negras. O Ilê é a minha base, é a minha raiz, desde os sete anos de idade que eu saio no bloco e, em 2007, que foi a primeira vez que eu vi o concurso, eu entendi que esse palco é sagrado. Assim como transformou a vida de outras mulheres negras que eu pude assistir, abriu muitos caminhos para mim”.
Dandara Namíbia

- Idade: 22 anos
- Ocupação: Modelo e bailarina
- Bairro: Narandiba, Salvador
- Participação: 1ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Porque ser uma travesti preta e viva num país que mais mata mulheres trans e travestis, eu acredito que seja um ato político. E eu acho que o que difere todos nós é a realização dos nossos sonhos, e pisar no palco da Noite da Beleza Negra vai ser a realização do meu sonho”.
Joana Sousa

- Idade: 28 anos
- Ocupação: Bailarina e professora de ballet
- Bairro: Lauro de Freitas, Bahia
- Participação: 1ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Quero usar esse espaço para honrar as pessoas que vieram antes de mim, para me conectar com essa ancestralidade e me fortalecer e fortalecer outras mulheres também”.
Larissa Oliveira

- Idade: 25 anos
- Ocupação: Assistente Administrativa
- Bairro: Sussuarana Nova, Salvador
- Participação: 1ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Quero dar continuidade à minha história, de onde eu venho, além de ser representação para a minha comunidade e para as outras mulheres que irão chegar”.
Maria Victória de Souza (Mavih Souza)

- Idade: 20 anos
- Ocupação: Empresária, coreógrafa e cartomante
- Bairro: Federação, Salvador — Quilombola de São Braz, Santo Amaro
- Participação: 2ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Desde quando me conheci como mulher preta, eu preservo muito a minha ancestralidade. Eu tive muita referência da minha mãe, quando eu tinha cinco, seis anos, com ela fazendo turbante para as meninas saírem atrás do Ilê. Nesse momento, eu estava me iniciando no candomblé para servir a um terreiro, então eu achava força através das músicas, das deusas e das mulheres do Ilê Aiyê. Eu considero isso parte da minha ancestralidade e eu quero dar continuidade”.
Nayara Temporal

- Idade: 34 anos
- Ocupação: Dançarina e instrutora de pilates
- Bairro: Liberdade, Salvador — natural de Recife
- Participação: 3ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: Na verdade, eu já sou uma Deusa do Ébano. Eu quero essa legitimação do Ilê Aiyê pela minha identificação, pela minha história, enquanto mulher da dança, da dança preta, da dança africana. Tenho uma identificação muito forte com o bloco, ele realmente mudou a minha maneira de me enxergar, de enxergar o mundo. Então, para mim, é sobre esse propósito”.
Rafaela Rosa

- Idade: 30 anos
- Ocupação: Pedagoga especializada em educação inclusiva
- Bairro: Comunidade Roça da Sabina, Barra, Salvador
- Participação: 5ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Estou aqui representando a minha comunidade. Eu estou aqui novamente porque eu quero provar a mim mesma que eu sou capaz e que eu vou conseguir realizar esse sonho. Quero levar essa representatividade para todas as mulheres que saem todos os dias de suas casas em busca de respeito. Mostrar para todas elas que lugar de mulher é onde ela quiser. E eu levo comigo a teoria de que um sonho que se sonha só, é só um sonho. Mas um sonho que se sonha junto, vira realidade”.
Raíssa Conceição Batista

- Idade: 22 anos
- Ocupação: Estudante, modelo, dançarina, manicure e cabeleireira
- Bairro: Boa Vista do Lobato, Salvador
- Participação: 1ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Eu estou dentro do Ilê Aiyê desde 2015. Eu participei da escola Band'erê, onde eu já me reconheci como uma mulher preta. Eu via a Noite da Beleza Negra e ficava imaginando que, quando eu completasse a idade, eu queria estar naquele lugar, naquele palco representando todas as mulheres negras, como minha mãe e minha avó. Estar aqui sendo parte dessa casa é uma emoção tremenda e uma responsabilidade também, por todos aqueles que vieram junto comigo crescendo aqui dentro”.
Sarah Moraes

- Idade: 28 anos
- Ocupação: Auxiliar Administrativa
- Bairro: Sussuarana, Salvador
- Participação: 2ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Eu quero ser a Deusa do Ébano, porque o bloco afro Ilê Aiyê é o espaço que possibilita que a gente reafirme a nossa identidade e que a gente se reconecte com a nossa história. Então, a partir do momento que a gente se sente pertencente a uma instituição, a um legado que é contado sobre a nossa história e dos nossos ancestrais, a gente passa a querer fazer parte. Então, eu quero o título porque eu me identifico e me sinto pertencente a todo esse processo e legado que o Ilê possibilita para todas nós, mulheres negras”.
Stephanie Ingrid

- Idade: 24 anos
- Ocupação: Dançarina, coreógrafa e arte-educadora
- Bairro: Nordeste de Amaralina, Salvador
- Participação: 3ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Para mim o título de Deusa de Ébano é muito mais do que um símbolo de beleza. Eu quero honrar e concretizar esse título para minha mãe, que sempre me afirmou que o meu nome vinha da realeza. Quero inspirar outras mulheres e crianças pretas, assim como eu, principalmente do meu bairro Nordeste de Amaralina, mostrando que realeza faz parte da nossa herança ancestral. A gente não precisa se encaixar em padrões de beleza, porque já somos padrões de beleza”.
Thuane Vitória Pereira Santana (Dama de Branco)

- Idade: 28 anos
- Ocupação: Técnica de enfermagem, operadora de caixa e artesã
- Bairro: Fazenda Grande do Retiro, Salvador
- Participação: 5ª vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Para reafirmar a questão do empoderamento feminino, ser referência para minhas filhas e para toda a comunidade”.
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