Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > CINEINSITE
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

476 ANOS DE HISTÓRIA

5 histórias e figuras de Salvador que merecem um filme ou série

Em comemoração aos 476 anos de Salvador, o Cineinsite A TARDE preparou uma lista de histórias da capital baiana que merecem destaque no audiovisual

Por Beatriz Santos

28/03/2025 - 11:00 h
Mãe Menininha do Gantois é uma das personalidades lembradas
Mãe Menininha do Gantois é uma das personalidades lembradas -

Salvador, cidade de riqueza cultural e histórica, celebra, em 2025, seus 476 anos com uma história cheia de personagens e episódios que merecem ser contados nas telas. O cenário para essas adaptações nunca foi tão promissor: a recente vitória de 'Ainda Estou Aqui' no Oscar 2025 impulsionou o cinema nacional, enquanto artistas baianos como Lázaro Ramos e Wagner Moura seguem ganhando reconhecimento dentro e fora do país. Com essa visibilidade em ascensão, tudo indica que o momento é ideal para transformar histórias marcadas pela baianidade em grandes narrativas audiovisuais.

Leia Também:

No aniversário da capital baiana, o Cineinsite A TARDE reuniu uma lista com figuras e histórias soteropolitanas que poderiam ir parar no cinema e na televisão, em formato de filmes ou séries. Confira:

/ 5
  • Mãe Menininha do Gantois (1894-1986) foi uma das mais importantes ialorixás do Brasil, à frente do terreiro Ilê Axé Iyá Nassô Oká, conhecido como Gantois, em Salvador. Nascida Maria Escolástica da Conceição Nazaré, ela assumiu a liderança do terreiro em 1922 e ajudou a derrubar barreiras e combater o preconceito contra as religiões de matriz africana, acolhendo e orientando tanto a comunidade do terreiro quanto importantes figuras da cultura e política, como Dorival Caymmi, Jorge Amado e Gilberto Gil. 
<br>
<br>
A história de Mãe Menininha poderia render uma série de televisão, explorando desde sua infância e seu chamado religioso até os desafios enfrentados para tentar legitimar o candomblé em um Brasil marcado pelo preconceito religioso e racismo.
  • Salvador respira ancestralidade africana, e a presença dos Orixás na cidade é prova viva dessa conexão. Um dos grandes marcos é o Dique do Tororó, onde as esculturas de Orixás, criadas por Tatti Moreno, flutuam sobre as águas. Exu, Ogum, Oxóssi, Xangô, Oxum, Iemanjá, Nanã e Iansã não são apenas representações artísticas, mas guardiões culturais.
<br>
<br>
Agora, já imaginou uma produção no estilo dos filmes de super-heróis, mas com os Orixás? Assim como os ‘Vingadores’ protegem a Terra nos filmes da Marvel, Exu, Iemanjá e Xangô poderiam ser os protetores de Salvador, enfrentando ameaças que vão além do plano físico. Uma série épica, por exemplo, poderia mesclar passado e presente, acompanhando um jovem baiano que descobre sua conexão espiritual com os Orixás enquanto lida com desafios da vida moderna. Inspirada no estilo de ‘American Gods’, a trama exploraria como essas divindades influenciam o cotidiano das pessoas e revisitaria momentos históricos de repressão e resistência do candomblé.
<br>
<br>
Seria uma oportunidade de levar essa mitologia poderosa para as telas, promovendo o respeito à cultura afro-brasileira e trazendo uma nova perspectiva para o público. Afinal, os Orixás têm histórias e forças tão fascinantes quanto qualquer super-herói da ficção – e com uma carga histórica e espiritual que só Salvador pode oferecer.
  • A tragédia da Fonte Nova, ocorrida em 25 de novembro de 2007, deixou uma marca profunda na história do futebol baiano e brasileiro. Durante um jogo entre Bahia e Vila Nova pela Série C, a arquibancada superior do antigo estádio desabou, resultando na morte de sete torcedores e deixando dezenas de feridos. 
<br>
<br>
Após mais de 17 anos, é essencial que essa história continue sendo lembrada, não só para honrar as vítimas, mas também para reforçar a importância da segurança nos estádios. A produção poderia seguir dois caminhos: uma abordagem documental, com entrevistas e imagens de arquivo, ou uma dramatização, focando em personagens inspirados em histórias reais. Em qualquer formato, o objetivo seria preservar a memória do evento e servir como um alerta sobre a necessidade de melhorias e fiscalização nas arenas esportivas.
  • Oscar da Penha, o Batatinha (1924-1997), foi uma figura essencial na cena do samba baiano. Natural do interior, ele se mudou para Salvador, onde se imergiu na boemia do Centro Histórico e começou a compor sambas, mesmo sem nunca ter aprendido a tocar um instrumento. Trabalhou em várias ocupações, como marceneiro e linotipista, mas foi na música que encontrou sua verdadeira vocação. Suas composições eram um reflexo da vida cotidiana de Salvador — melancólicas, cheias de lirismo e, acima de tudo, resistentes. 
<br>
<br>
Suas músicas foram interpretadas por grandes nomes da música brasileira, como Paulinho da Viola, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Chico Buarque. A história de Batatinha poderia ser adaptada em filme. A trama exploraria sua vida no Centro Histórico de Salvador, sua luta para ser reconhecido e sua jornada como compositor autodidata, apesar de sua vida humilde.
  • O Bombardeio de 1912, em Salvador, foi um evento dramático e decisivo que expôs a brutalidade da política da Primeira República no Brasil. Em janeiro daquele ano, o governo federal, sob o comando do coronel Sotero de Meneses, bombardeou a cidade para enfraquecer os opositores de J. J. Seabra, candidato à governança da Bahia. Essa ação não só causou destruição física, mas também revelou como as disputas eleitorais estavam cada vez mais militarizadas, com o Exército sendo utilizado para consolidar o poder político e resolver disputas internas por meio da força.
<br>
<br>
Transformar esse episódio em filme ou série seria uma chance imperdível de mergulhar nas intensas disputas políticas que rodeavam Salvador. Além de retratar o impacto devastador do bombardeio, a produção poderia explorar a sequência de eventos que levaram a essa ação extrema, analisando as manipulações políticas, os personagens envolvidos e o uso da violência para atingir objetivos políticos.

Caminhos para adaptação

Em entrevista ao Cineinsite, o cineasta Lula Oliveira discutiu o que é necessário e de que forma esses personagens e histórias podem ganhar vida no audiovisual.

"O cinema é a janela que expande territórios culturais localizados para o mundo", afirma Lula. "As cidades estão nos filmes. A vida acontece nas cidades. A arte representa a vida que acontece nas cidades. Logo, a cidade é personagem. Seja Nova York, Paris, Luanda ou Salvador”.

Os elementos visuais e estéticos não podem faltar em uma produção localizada em Salvador e são essenciais para capturar a essência da cidade. "Quando penso Salvador como cenário, penso em diversidade estética de imagens e sons urbanos, natureza deslumbrante e uma cultura singular", comenta Lula Oliveira.

Para o cineasta, um dos maiores desafios ao adaptar personagens históricos para o audiovisual é construir a alma dessas figuras, mostrando suas fragilidades e conflitos existenciais. "Personagens históricos também têm a sua carga existencial marcada por conflitos existenciais, fragilidades, inseguranças diante da vida, seus próprios traumas, família, etc.", explica. "Construir essa alma diante da sua jornada como herói é o maior desafio para a construção de personagens de um modo geral. E isso se acentua em personagens que carregam em si essa representação coletiva no imaginário popular da sua própria historicidade."

De acordo com Lula Oliveira, o cinema tem o poder de preservar e divulgar a história de Salvador, levando a cultura da cidade para o mundo.

O cinema é uma arte de expansão. Quando assisto filmes, conheço cidades, desejo conhecer esses lugares. O cinema leva as pessoas a viajar. Isso impacta na vida dessas cidades
Lula Oliveira

Sobre a representação do Nordeste e de Salvador na mídia audiovisual, o cineasta enfatiza a importância de ir além dos estereótipos frequentemente retratados. Ele afirma que, embora o mercado audiovisual brasileiro, em certa medida, tenha explorado o chamado "nordestino clássico” é fundamental reconhecer que existem cineastas comprometidos em expandir para além dessas representações.

Salvador é uma cidade de um povo profundamente humano, marcada por uma diversidade cultural e histórica que ainda tem muito a ser explorada no cinema.
Lula Oliveira

*Sob supervisão de Bianca Carneiro

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags:

476 anos de Salvador Ainda Estou Aqui aniversário de Salvador audiovisual Batatinha Bombardeio de 1912 cineasta Cineinsite A TARDE cinema Cinema Nacional Cultura cultura baiana dique do tororó filme histórias baianas lázaro ramos Lula Oliveira Mãe Menininha do Gantois Orixás oscar Oscar 2025 personagens históricos Salvador série televisão TV wagner moura

Cidadão Repórter

Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro

ACESSAR

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Mãe Menininha do Gantois é uma das personalidades lembradas
Play

Globo pede desculpas a Fernanda Torres após atitude com Oscar; entenda

Mãe Menininha do Gantois é uma das personalidades lembradas
Play

Globo de Ouro: reação de atrizes que perderam para Fernanda Torres surpreende

Mãe Menininha do Gantois é uma das personalidades lembradas
Play

VÍDEO: Fernanda Torres chega ao tapete vermelho do Globo de Ouro

Mãe Menininha do Gantois é uma das personalidades lembradas
Play

"Malês" participa do Festival Internacional do Audiovisual Negro do Brasil, em Salvador

x

Assine nossa newsletter e receba conteúdos especiais sobre a Bahia

Selecione abaixo temas de sua preferência e receba notificações personalizadas

BAHIA BBB 2024 CULTURA ECONOMIA ENTRETENIMENTO ESPORTES MUNICÍPIOS MÚSICA O CARRASCO POLÍTICA