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Essa nova minissérie da Netflix expõe o lado obscuro das redes sociais
História de crime, luxo e influência digital está entre as mais assistidas da plataforma

Por Beatriz Santos

A série sul-africana Má Influencer, da Netflix, rapidamente se tornou uma das produções mais assistidas da plataforma e já figura no Top 10 mundial. Com apenas sete episódios, a minissérie acompanha a trajetória de BK, uma mãe solteira endividada, e Qween Pinks, uma influenciadora digital que vive de aparências.
Unidas pelo desejo de escapar da pobreza, as duas mergulham no lucrativo, e perigoso, mundo das falsificações de bolsas de luxo em Joanesburgo.
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Crime, ambição e sobrevivência
Endividada e ameaçada por agiotas, BK sobrevive produzindo e vendendo bolsas falsificadas para clientes ricos. Ao cruzar o caminho da carismática Qween Pinks, ela percebe que pode lucrar muito mais.
A influenciadora, por sua vez, usa sua popularidade nas redes sociais para promover as falsificações, enquanto BK se encarrega de desenhar os produtos.
Criada por Kudakwashe “Kudi” Maradzika, a série policial mergulha nos dilemas enfrentados por essas duas mulheres: o medo, a lealdade, o crime e a constante luta pela sobrevivência em meio a criminosos, policiais e à pressão das redes. Escrita por Kudi, Daniel Zimbler e Sydney Dire, a produção mostra como o crime e a tecnologia se misturam no universo digital contemporâneo.
O poder das aparências
A narrativa discute ainda o impacto da cultura dos influenciadores e as consequências de um consumo movido por status e desejo de pertencimento. Embora fictícia, a trama dialoga com casos reais e levanta questionamentos sobre ética e moralidade.
Um dos eixos centrais é o comércio de bolsas de luxo falsificadas, um problema que também atinge o mundo fora das telas. Segundo o News24, em 2025, a polícia de Bloemfontein prendeu seis estrangeiros e apreendeu mais de 13 mil itens falsificados avaliados em 19 milhões de rands.
Já o The Citizen relatou a apreensão de produtos falsos avaliados em 20 milhões de rands em Bruma, perto de Joanesburgo, com 35 prisões.
Esses números mostram como a alta demanda por artigos de luxo na África do Sul alimenta um mercado de fraudes e falsificações. Embora Má Influencer seja uma obra de ficção, muitos de seus elementos refletem essa realidade.
Casos semelhantes também acontecem fora do continente africano. Em 2025, o The Straits Times noticiou que o Tribunal Superior de Singapura condenou um vendedor do Instagram a pagar 200 mil dólares em indenização à Louis Vuitton por vender produtos falsos como se fossem originais.
Para sua criadora, a intenção não é apontar culpados, mas dar rosto a essas histórias. “A série tem algo a dizer. E não se trata de julgamento, mas de humanizar esse mundo e as pessoas que o habitam”, disse Kudi à revista Shock.
Má Influencer está disponível na Netflix.
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