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O RETORNO DA RESISTÊNCIA

Festival CachoeiraDoc volta após cinco anos com homenagens à ancestralidade

De porta em porta: evento celebra 10 anos com sessões em comunidades

Por Rafael Carvalho | Especial para A TARDE

08/06/2025 - 12:00 h
Cena de Heroica Dreams, de Marvin Pereira, é um dos filmes que serão exibidos
Cena de Heroica Dreams, de Marvin Pereira, é um dos filmes que serão exibidos -

O CachoeiraDoc – Festival de Documentários de Cachoeira marcou o cenário baiano e brasileiro da década passada com uma proposta de mostra de cinema muito ligada às ancestralidades e às necessidades de luta e reinvindicação de imagens e olhares que se dão pelas periferias – do cinema, do país. Sua última edição aconteceu em 2020, de forma online, não só marcada pelas limitações impostas pela pandemia do Covid-19, mas também já sofrendo com cortes nas políticas públicas de financiamento.

Agora, depois de cinco anos de hiato, o evento volta a acontecer na cidade de Cachoeira, a 120km de Salvador, no Recôncavo. O X CachoeiraDoc começa nesta terça-feira, 10, e segue até o domingo, 15, com uma programação variada e gratuita que inclui não apenas exibições de filmes, mas também debates, rodas de conversa, laboratórios de roteiro e montagem, oficinas, apresentações e performances.

Antes gerido e idealizado por docentes do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB), em Cachoeira, o festival tem nova reconfiguração, ainda que preserve a sua identidade original em prol de um cinema politizado e em estreita relação com o território e com os saberes locais. As atuais coordenadoras e diretoras artísticas do evento, Melina Bomfim, Ingá Patriota e Kênia Freitas, conversaram com A TARDE sobre esse novo ciclo.

“A gente quis dar continuidade a esse festival que tem uma história e que conseguiu fazer uma reproposição ao pensar o documentário, pensar o território, o cinema militante de luta, ligado a várias questões, mas também levando muito a sério a estética e a política através do cinema”, pontuou Kênia.

“O festival tem um pouco a mesma cara de antes, mas uma cara em transformação, como sempre foi da natureza do CachoeiraDoc. A herança que esse festival nos legou é a coletividade, sempre intensificada ao longo dos anos. Então, o que a gente teve de experimentar aqui foi tomar decisões a partir de conversas e pensamentos de vários interesses e desejos, nos estimulando a pensar uma direção coletiva do festival”, complementou Ingá.

Apesar de não estarem ligadas ao curso de cinema, todos elas passaram, de alguma forma, por edições anteriores do CachoeiraDoc. Destacam também a participação, neste ano, de diversos alunos e egressos do curso na composição da equipe do evento em diversas frentes e funções.

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Programação nas comunidades

União Sete Flexas, de Caio Dornelas
União Sete Flexas, de Caio Dornelas | Foto: Divulgação

Além das exibições principais acontecerem no tradicional Cine Theatro Cachoeirano, o festival ocupa demais espaços na cidade. Na noite de abertura, no largo da Igreja D’Ajuda, o evento faz uma conversa e apresentação com sambadeiras locais, destacando a presença de Dona Dalva, uma das precursoras do samba de roda no Recôncavo, e principal homenageada desta edição. Antes disso, será exibida uma mostra de filmes de cineastas palestinas, além da performance Infinitos Impossíveis.

Uma das atividades já experimentadas em edições anteriores e que retorna neste 10º ano é o Cinema em Vizinhança. O festival promove exibições dentro das casas das pessoas, praças, quilombos e escolas de Cachoeira, São Félix e suas zonas rurais, em uma espécie de itinerância de porta em porta. A partir de um cardápio de filmes pré-selecionados, é a própria comunidade quem escolhe quais filmes eles querem ver em cada ação.

O Cinema em Vizinhança está inserido dentro das atividades formativas do evento que fazem parte da EscolaDoc, uma tentativa de aproximar a prática do cinema documentário com os anseios da população local.

“É uma escola a céu abeto, como gostamos de dizer, que ultrapassa os muros da universidade e chama a comunidade para construir junto. Esse pensamento sempre esteve presente no festival, mas este ano essas ações estão completamente intrincadas na programação. Além das mostras, tem oficinas, rodas de conversa, e esta é a primeira vez que vamos realizar um laboratório de roteiro e montagem para filmes em processo de finalização”, destacou Melina.

Dentro da programação de pouco mais de 50 títulos, entre curtas e longas-metragens, o público poderá ver filmes documentários com diversas temáticas e estéticas. Alguns destaque são as obras Quem é Essa Mulher?, de Mariana Jaspe; Vasta Natureza de Minha Mãe, de Aristótelis Tothi e Inez dos Santos; e Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá, de Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna.

Além deste, serão exibidos filmes inéditos na Bahia, como União Sete Flexas, de Caio Dornelas; e Meu Caminho até a Escola, de Diego Jesus. No encerramento, destaque para o curta paraibano As Cegas (1982), da cineasta negra pioneira Antônia Ágape, produção que ficou esquecida por mais de quatro décadas.

Prêmio de R$ 6 mil para documentário

No final do mês passado, o CachoeiraDoc promoveu uma primeira roda de conversa na comunidade. Depois que o festival acabar, no próximo dia 17 deste mês, haverá outra intervenção em outro bairro da cidade. Assim, o evento demonstra compromisso com a localidade, no diálogo com a população, pensando uma transversalidade de saberes.

“Esse espaço da roda não é um lugar da conferência, não é um lugar longínquo, mas sim um lugar que é circular. E isso muda como os componentes se colocam no debate, como essa troca acontece”, observou Melina.

Ao final do evento, o Melhor Documentário de Longa e o de Curta receberão um prêmio de R$ 6 mil e R$ 4 mil, respectivamente. Do Laboratório de Roteiro e Montagem também sairá um vencedor com o prêmio de R$ 5 mil para auxiliar na finalização. Além disso, o público também escolhe os melhores filmes na categoria Júri Popular.

X CachoeiraDoc / A partir de terça-feira (10) até domingo (15) / Cachoeira e São Félix / Programação, locais, horários e mais informações: xcachoeiradoc.com / Entrada gratuita

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