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SANGUE NO OLHO

Festival Cine Horror promove oficina gratuita de filmes de terror

Serão três dias com o cineasta pernambucano Lula Magalhães compartilhando experiências para driblar a falta de dinheiro

Por Alan Rodrigues

28/07/2025 - 13:19 h
Cineasta Lula Magalhães defende união de pessoas para enfrentar falta de recursos na produção de filmes de terror
Cineasta Lula Magalhães defende união de pessoas para enfrentar falta de recursos na produção de filmes de terror -

Amantes do cinema de suspense e terror têm um encontro marcado em outubro, na 10ª edição do festival Cine Horror. O evento, totalmente gratuito, acontece na sala Walter da Silveira, nos Barris, em Salvador, mas a programação começa já na próxima semana.

Nos dias 28, 29 e 30 de julho, o cineasta pernambucano Lula Magalhães irá ministrar a oficina ‘Como Produzir Filmes de Terror de Baixo Orçamento’. Com 12 anos de carreira, Lula já produziu 10 curtas. O mais recente, o ainda inédito ‘Gibraltar’, tem previsão de lançamento justamente no mês do festival.

Ele também vai iniciar o processo de finalização do seu 1º longa: ‘Homens mortos não contam histórias’, previsto para chegar aos cinemas em 2027. A demora se deve exatamente à falta de financiamento e, por isso, ele considera tão importante incentivar os jovens cineastas a iniciarem suas produções mesmo sem verba.

“É importante para quem está começando, fazer por conta própria, sem a câmera perfeita, a edição perfeita, quem acaba o curso sai com sangue no olho. Precisa direcionar essa galera senão desanima”, diz Lula, se referindo aos cineastas que cursaram universidade.

Longo caminho

Ele próprio tem formação em administração e pós-graduação em gestão empresarial, foi professor de faculdade entre 2010 e 2019. Em 2014 lançou seu 1º curta, ‘Mandala night club’ e, no seguinte, ‘Invasão’ ganhou as telonas. Há 7 anos conheceu o Cine Horror, onde exibiu “Pequeno baú” e “Tudo que eu amo morre”.

O cineasta vê com otimismo a realização de festivais e a produção de filmes de terror em vários estados, mas sabe que ainda há um longo caminho a ser trilhado.

“Tem muita coisa sendo feita em São Paulo, Rio, Ceará, Pernambuco, infelizmente o grande público nacional ainda não tem o respeito que a gente merecia, as pessoas gostam de terror mas valorizam mais o que vem de fora”, lamenta Lula Magalhães.

E mesmo a produção cinematográfica de Pernambuco na última década não é algo que empolgue o diretor. ‘Essa ferveção do cinema pernambucano é grupinho, não é o pessoal da guerrilha que batalha sem editais’, afirma. ‘Dá visibilidade para o estado, mas ajuda pouco o cinema independente’, arremata.

Tem que fazer

Para ele, o cinema brasileiro está ainda muito focado em comédia e romance, enquanto na Argentina, México e Espanha, os filmes de terror estão muito mais difundidos. ‘O Brasil tá engatando, diz Lula, citando Rodrigo Aragão, diretor de ‘A mata negra’, e Guto Parente, de ‘Clube dos canibais’.

Para Lula, o cineasta que atua no segmento de terror precisa aprender cedo a realizar sem esperar por grandes apoios. ‘Editais não conseguem abarcar todo mundo. Ou fica tentando (ganhar um edital) e não faz nada, ou vai fazer’, diz.

“A gente sabe que dinheiro e estrutura importam, já tem pouca adesão da iniciativa privada, as empresas não querem atrelar a imagem a esse tipo de filme”, acrescenta Lula, que defende a produção em esquema de mutirão.

“Não existe custo zero, o cafezinho, a alimentação, tudo custa dinheiro”, explica o cineasta. Para contornar os obstáculos ele aposta na união. ‘Juntar uma galera fiel, que quer ver o filme ficar pronto. Vai errar, eu vejo meus filmes antigos e não acredito que eu fiz aquilo”, revela.

Cine Horror

O Festival Cine Horror é o primeiro e mais antigo evento do gênero em atividade do nordeste, completamente destinado à exibição, difusão e discussão do cinema fantástico, tornando-se referência no cenário nacional. É também o único evento do gênero existente até o momento na Bahia.

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Rafael Saraiva começou como espectador na 1ª edição e desde 2018 é produtor do festival. Ele destaca que a as 9 edições realizadas até agora foram feitas sem nenhum tipo de financiamento. Este ano, pela 1ª vez o Cine Horror teve o projeto aprovado na Política Nacional Aldir Blanc de fomento à cultura (PNAB).

Além da sala Walter da Silveira, o festival conta com apoio dos cineastas, que cedem suas obras para exibição gratuita. O não se restringe ao mês de outubro e contribui para a formação de público durante todo o ano com a promoção de oficinas e cine clubes.

Tendência

Este ano, o Cine Horror teve um recorde de inscrições, 312 filmes, entre curtas e longas. Rafael já enxerga o resultado desse trabalho. ‘O horror é um cinema mais nichado mas a gente já vê uma tendência’, diz ele. ‘Antes se concentrava na capital, hoje já vê uma produção no interior’, complementa.

Outros festivais pelo Brasil também integram a rede de promoção dos filmes de terror e contribuem para ampliar o público desse nicho. O maior deles é o Fantaspoa (RS), de Porto Alegre. Cine Fantasy e Boca do Inferno (SP), Morcego (GO) e Sinistro (CE) são outros festivais consolidados na cena nacional.

No festival Cine Horror são apresentados filmes que não estão disponíveis nos streamings e nem em ampla distribuição pelo circuito comercial. O projeto conta com apoio institucional da Fundação Cultural do Estado, por meio da Diretoria de Audiovisual (Dimas).

Interessados nas oficinas e na programação do festival, bem como dos cineclubes e outras notícias de cinema de terror podem seguir o perfil @cine.horror.festival ou acessar o site cinehorror.com.br.

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Cine Horror filmes de terror Lula Magalhães Sala Walter da Silveira

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