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O disco que chocou o Brasil em 1966 volta em novo filme

Documentário sobre a criação do disco acaba de chegar no streaming

Por Edvaldo Sales

09/07/2025 - 8:00 h | Atualizada em 09/07/2025 - 14:31
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O documentário Os Afro-Sambas: O Brasil de Baden e Vinícius, que investiga, em múltiplas dimensões, a criação de um dos álbuns mais marcantes da música brasileira, ‘Os Afro-sambas de Baden e Vinícius’, lançado em 1966, já estreou na HBO Max. Filmado entre São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro, o longa resgata, por meio de depoimentos de músicos, críticos, familiares e amigos, o contexto e a força criativa por trás da parceria entre Baden Powell e Vinicius de Moraes.

Um dos nomes responsáveis pela produção do filme é Renata Leite (‘Elis & Tom, Só Tinha de Ser com Você’). Ao Portal A TARDE, ela explicou como surgiu a ideia de contar os bastidores da criação dessa obra.

“Quando a gente acabou o projeto Elis & Tom, ficamos com o desejo de contar a história de mais um álbum. Ficamos pensando de qual outro álbum a gente poderia contar a história. Meu sócio trouxe a ideia dos Afro-sambas. Depois, a gente procurou as famílias, que foram super receptivas. Convidamos o Emílio Domingues para dirigir. Fechamos contrato com a HBO Max em 2020 e conseguimos gravar em 2023 e já participamos de alguns festivais”, detalhou.

A produção reúne participações de nomes como Maria Bethânia, Nelson Motta, Jards Macalé, Dori Caymmi, Russo Passapusso e Cynara Faria, uma das fundadoras do Quarteto em Cy, grupo vocal que participou da gravação original do disco. A obra apresenta imagens de arquivo inéditas e destaca como a herança afro-brasileira foi fundamental na construção de uma nova linguagem musical entre os instrumentos tradicionais e os ritmos do candomblé.

Imagem ilustrativa da imagem O disco que chocou o Brasil em 1966 volta em novo filme
| Foto: Divulgação | HBO Max

Reconhecida como uma das músicas mais emblemáticas da história nacional, ‘Canto de Ossanha’ abre o disco e sintetiza sua proposta estética e espiritual. Ao lado de faixas impactantes, como ‘Tempo de Amor’, ‘Canto de Iemanjá’ e ‘Canto de Xangô’, entre outras, a canção representa o encontro entre ancestralidade, religiosidade e liberdade artística.

Questionado sobre o impacto de Os Afro-sambas de Baden e Vinicius na cultura brasileira, o diretor e roteirista Emílio Domingos destacou que “a música transcende épocas”.

“Os clássicos são ouvidos para sempre. A força da música é algo muito interessante. Esse disco se caracteriza por uma série de questões. O fato de ele trazer para a música popular brasileira elementos do candomblé já dialoga muito com o contemporâneo da música brasileira [...] Isso já é um sinal da importância do disco. Se as pessoas tiverem interesse em música de maneira geral, vão querer ouvir esse disco”.

A música rompe a questão temporal. Para mim, faz muito sentido pensar no diálogo desse disco e do filme com o Brasil atual
Emílio Domingos

Para Marina Pedral, gerente de Desenvolvimento e Produção Não Ficção da Warner Bros. Discovery, “o disco apresenta uma ousadia muito grande, de linguagem, de apresentação desse Brasil com um suporte musical. E se essa ousadia motivar as pessoas a irem atrás de uma construção positiva para o nosso país vai ser muito positivo”.

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Conseguiu captar o teor do disco?

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| Foto: Divulgação | HBO Max

Ao Portal, Emílio enfatizou que, mais do que conseguir captar o teor do disco, “que é uma obra prima”, eles conseguiram captar os bastidores da criação artística e como ela “está em consonância com o que é o país”. “É a força da arte no sentido de influenciar um pensamento sobre o que é o Brasil. Quando se tem um artista intelectual como Vinícius de Moraes, ou um músico genial como Baden Powell, que cria novos parâmetros, novas linguagens para a música, isso não muda só o Brasil, acaba sendo reverenciado no mundo inteiro”.

O diretor pontuou que uma coisa peculiar do disco é a busca dos criadores por uma música essencialmente brasileira. “Vinicius e Baden eram artistas muito conceituados e respeitados, e quando eles jogam luz nisso, estão referendando, dizendo: ‘Prestem atenção nisso. Vamos valorizar isso. Essas músicas dos terreiros são incríveis, o canto gregoriano é incrível também. Não é porque são músicas religiosas que não podem ser utilizadas na música popular’.

Eles mostram a grandeza, a beleza e a sofisticação dos tambores de terreiro. O quanto essa cultura é rica e sofisticada. É uma cultura ancestral. Esse é o grande mérito: mudar o ponto de vista e ajudar a propagar o respeito e a admiração pela cultura afro-brasileira
Emílio Domingos

Apresentar o disco para novas gerações

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| Foto: Divulgação | HBO Max

A equipe enfatizou que um dos objetivos com o documentário é apresentar Os Afro-sambas de Baden e Vinicíus para as novas gerações. “É uma coisa que a gente deseja muito. O cinema e a cultura têm essa força de uma coisa acabar influenciando a outra. Muita gente vai acabar conhecendo esse disco, tem toda uma nova geração que não conhece, mesmo esse álbum sendo apontado como um dos mais importantes da história da música brasileira”.

O audiovisual tem essa força, de trazer essas discussões. Um movimento acaba gerando o outro. Se isso acontecer seria lindo
Emílio Domingos

Antes da estreia oficial, o documentário, que já passou pelo Festival do Rio, foi também exibido no Festival Brasileiro de Cinema de Paris, evento que há mais de duas décadas celebra a produção cinematográfica nacional na capital francesa. O documentário também foi parte da categoria de competição do 17º In-Edit (Festival Internacional do Documentário Musical), de 11 a 22 de junho, em São Paulo.

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Tags:

hbo max Vinicius de Moraes

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