CLÁSSICO
O filme faroeste que afundou um estúdio e virou clássico anos depois
Produção enfrentou atrasos e críticas, mas hoje é vista como uma obra-prima do gênero
Por Beatriz Santos

Alguns fracassos de bilheteria ficam marcados na história do cinema, mas poucos tiveram um impacto tão devastador quanto este faroeste lançado no início dos anos 1980. A produção, que recria a violenta Guerra do Condado de Johnson, nos Estados Unidos, não só perdeu milhões de dólares como também levou à queda de um dos estúdios mais tradicionais de Hollywood.
Dirigido por Michael Cimino, O Portal do Paraíso nasceu em um período de liberdade criativa para cineastas norte-americanos, mas rapidamente virou exemplo de excesso e falta de controle. Segundo relatos, incluindo os do produtor Steven Bach no livro 'Final Cut', o diretor ignorou prazos, estourou o orçamento e fez mudanças constantes no set.
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Durante as filmagens, que tiveram oito meses de atraso, surgiram denúncias de maus-tratos a animais, o que aumentou ainda mais a pressão da imprensa. O resultado foi um orçamento que saltou de 11 milhões para 44 milhões de dólares, cerca de 161 milhões em valores atuais, e uma primeira versão com mais de cinco horas de duração.
Mesmo com cortes para reduzir o tempo de exibição a duas horas e meia, a recepção foi desastrosa. O longa arrecadou apenas 3,5 milhões de dólares nas bilheterias. As perdas financeiras foram tão grandes que o estúdio United Artists acabou sendo vendido, encerrando sua trajetória como um dos pilares de Hollywood.
Anos depois, o filme passou por um processo de reavaliação e hoje é considerado uma obra de referência no gênero faroeste, reconhecido por sua fotografia, trilha sonora e abordagem política.
Para quem quiser conferir a produção, o filme está disponível para aluguel e compra no Prime Video.
Veja o trailer:
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