‘VOLTA PRISCILA’
“Vamos deixar sangrando?”, questiona Vitor Belfort sobre sumiço da irmã
Reaberto, o caso segue sem desfecho até hoje e virou série no Disney+
Por Edvaldo Sales
O desaparecimento da irmã do ex-lutador de MMA, Vitor Belfort, Priscila Belfort, em 9 de janeiro de 2004, em uma das mais movimentadas avenidas do Rio de Janeiro, deu origem a uma série documental chamada ‘Volta Priscila’, que estreou nesta quarta-feira, 25, no Disney+. Reaberto, o caso segue sem desfecho até hoje.
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Durante coletiva de imprensa, da qual o Cineinsite A TARDE participou, Vitor pontuou que houve “falhas na investigação”. “A gente não pode ir só para área de que ela foi sequestrada. Por isso, é importante voltar ao caso [...] O objetivo é a gente não desistir e ir atrás dos fatos”, disse. Ele pontuou que na época do desaparecimento “não existia a delegacia dos desaparecidos e, por isso, a polícia foi só na linha do sequestro e não foi para outras áreas”.
O ex-lutador ressaltou que é preciso investigar a fundo. “Será que foi alguém que ela conhecia? Quais eram os relacionamentos da vida da Priscila? Quem são as pessoas que estavam próximas dela? Quem eram as amigas? E os relacionamentos íntimos da Priscila?”, indagou.
Não só reabrir o caso é importante, mas ir atrás também. Porque reabrir o caso é reabrir a ferida. Mas e aí, vamos deixar sangrando?
Dor “sobrenatural e desumana”
Mãe de Vitor e Priscila, Jovita Belfort revelou, também durante a coletiva, que o apoio que ela recebeu de outras mães de pessoas desaparecidas foi importante para ela.
“Quando a Priscila desapareceu eu tive que vir a São Paulo para procurar a Mães da Sé porque não existia nada assim no Rio. Ali a gente começou a ir para rua, começaram a vir outras mães de pessoas que desapareceram. E hoje nós temos duas ONGs bem atuantes no Rio. E o meu trabalho dentro da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos”, disse.
Jovita também falou sobre a dor de ser mãe de uma pessoa desaparecida. Segundo ela, “só conhece mesmo essa dor quem já passou por ela, porque ela é tão sobrenatural e desumana que nenhum humano conhece”.
Pode imaginar, mas conhecer essa dor só quem passa por ela. É muito diferente da morte.
Ela também abordou a importância do documentário e destacou que a obra vai mostrar “o que é uma dor de uma família”. “Nós ficamos expostos. A família Belford se expôs a isso. Não é fácil. É mais fácil a gente sofrer caladinho, sem ninguém perturbando. O público vai ver que em um caso de desaparecido sempre são duas vítimas: o desaparecido e a família”, completou.
Relembre o caso
Priscila foi vista pela última vez em 2004, quando saía do trabalho para almoçar. Ela atuava como servidora na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro. Desde então, boatos e denúncias deram contornos de mistério para a história ainda sem conclusão judicial.
A família denunciou o desaparecimento à polícia após dois dias sem ter notícias de Priscila. Não houve nenhum pedido de resgate. O caso ganhou bastante repercussão midiática devido a Vitor, que, na época, despontava na carreira como lutador e estava recém-casado com Joana Prado, a ex-Feiticeira.
Desde o desaparecimento, muito se especulou sobre os motivos que levaram Priscila a não ter sido mais vista. Até mesmo confusão mental chegou a ser cogitada, pois ela já havia apresentado lapsos de memória, a dívidas por uso de drogas, devido a uma denúncia feita em 2007.
Na época, uma mulher se entregou à polícia afirmando que ela e um grupo de pessoas tiveram envolvimento no assassinato de uma vítima que, supostamente, seria a ex-servidora.
A família, porém, negou que Priscila tivesse envolvimento com drogas e disse não acreditar que ela possa ter se envolvido em dívidas para proteger algum ex-namorado. Na época, o lutador afirmou que a família forneceu para a Delegacia Antissequestro do Rio de Janeiro os nomes.
Assista ao trailer de ‘Volta Priscila’:
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