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Por Iuri Rubim*

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ACERVO DA COLUNA
Publicado Monday, 20 de May de 2024 às 6:30 h | Autor:

Como “desensinar” fake news na  escola

A sociedade global ainda padece de vacinas para um problema de tamanha complexidade

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As fake news são a segunda pandemia do século
As fake news são a segunda pandemia do século -

“As doações não estão sendo distribuídas”. Esta e um sem número de notícias falsas ainda estão sendo propagadas diante da maior tragédia humanitária da história do Rio Grande do Sul. O preço do novo e terrível patamar das fake news vai além da compreensão ou não dos fatos: pode custar, diretamente, vidas humanas.

As fake news são a segunda pandemia do século. Alimentadas por algoritmos de plataformas sedentas por polêmicas e engajamento, as notícias falsas são combustível para enriquecimento rápido de pseudo celebridades e grupos políticos sem compromisso com a democracia.

A sociedade global ainda padece de vacinas para um problema de tamanha complexidade. E a situação ainda vai piorar muito com o deep fake – geração de imagens e voz idênticas às de outras pessoas, sem permissão.

Esses avanços da tecnologia demandam regulação jurídica e novas estratégias para educação midiática. É urgente que estudantes do mundo inteiro desenvolvam a capacidade de análise crítica das informações e de seus contextos.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já prevê a “Cultura Digital” em seu quadro de competências gerais. Cabe a nós, educadores e gestores públicos, encontrarmos as melhores maneiras de apoiar os alunos nessa jornada.

Lançadas no ano passado, 50 Agências de Notícias na Escola têm proporcionado a 50 professores e mais de 300 estudantes da rede pública estadual da Bahia a experiência de produção e veiculação de conteúdos noticiosos sobre a escola e seu Território de Identidade.

A iniciativa promove o desenvolvimento de capacidades de observação, investigação e expressão em linguagens variadas. Como autores das notícias, os estudantes ultrapassam os muros da escola. Trabalham no “mundo real”, com consequências igualmente reais. Já os professores “aprendem” a ensinar de outra maneira, com seus alunos-repórteres ativamente produzindo o conhecimento. Parte deste grupo se reúne entre 21 e 23 de maio, na sede do Instituto Anísio Teixeira, para uma formação.

O desenvolvimento da competência de apurar os fatos fortalece a leitura crítica do mundo e prepara cidadãos para tempos de desinformação. É uma das mais contundentes estratégias para “desensinar” fake news.

Além dos benefícios pedagógicos e sociais, a implantação das Agências de Notícias inverte o sentido da produção de notícias sobre a escola (em geral, tematizando situações de pobreza ou violência) para uma produção feita pela escola. À frente do processo, a comunidade escolar vai saber falar de suas dores, mas também de suas belezas e conquistas.

O Século 21 anda mais rápido que notícia ruim: cada volta ao redor do sol traz novas enchentes de desinformação. É nosso dever reimaginar a educação na mesma velocidade, com respostas criativas para distinguir a vida das realidades fabricadas.

*Iuri Rubim, diretor geral do Instituto Anísio Teixeira / Secretaria da Educação do Estado da Bahia

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