‘Leite exige comunicação ética’, diz Geraldo Borges em fórum
Brasil tem cerca de um milhão e 200 mil produtores de leite
Estive em Brasília no 2º Fórum Nacional do Leite, com Geraldo Borges, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), e temos no País cerca de um milhão e 200 mil produtores de leite em tudo que é cidade. Mas, em síntese, perguntei a Geraldo Borges quais as principais ações do setor leiteiro brasileiro.
“Bom saber se as pessoas já tomaram o café com leite da manhã, ou um iogurte, ou comeram um queijo”, disse ele, prosseguindo: “ou seja, consumir lácteos faz bem para a saúde. Isso foi comprovado, inclusive por um consenso publicado no final do ano passado pela Sociedade Brasileira de Nutrologia e a Associação Brasileira de Nutrição, que são instituições desvinculadas do agro, e que fizeram esse trabalho mostrando para a sociedade brasileira que esse alimento é saudável e importante para a saúde humana, quebrando, inclusive, tabus e fake news que se pregam contra o leite”.
Em seguida, perguntei a ele sobre o consumo do leite no Brasil e ele me disse: Nós temos uma produção que vem melhorando a cada ano. No Brasil, hoje, somente nos últimos 20 anos, houve uma mudança muito grande na qualidade do leite, com exigências colocadas, inclusive, pelo próprio Ministério da Agricultura e que são atendidas. O leite é um alimento saudável e que tem a segurança que todo consumidor não deve ter nenhum tipo de preocupação. O nosso consumo per capita ainda é baixo, ele está estagnado em torno de 10 anos na casa de 170 litros por pessoa/ano, proporcional, transformando todos os produtos lácteos em litros de leite, enquanto podemos itar na França 340 e na Suíça 360 litros per capita/ano. Então, nós estamos na asa mais ou menos da metade do consumo de dois países europeus”.
O questionei se temos muito que progredir no consumo per capita do leite, e o que a Abraleite está fazendo em defesa do produtor, ele falou que “temos que cada vez mais comunicar melhor. Essa é uma preocupação e um trabalho constante da Abraleite. Temos que encontrar caminhos para chegar aos mais de 200 milhões de brasileiros, porque nós temos uma enorme quantidade de fake news, de pessoas falando inverdades. Nós temos que fazer um trabalho, como essas duas entidades que eu citei de nutrição humana, foi muito importante quando eles publicaram e isso dá embasamento científico para os nutrólogos, nutricionistas, aqueles que são filiados a essas entidades, que vão passar a ter uma informação verídica.
Nesse ponto temos que cada vez mais difundir e divulgar trabalhos científicos importantes como esse”. Por fim, Geraldo Borges lembrou que “a Organização Mundial da Saúde, em 2023, colocou uma recomendação em que bebês podem consumir leite de vaca a partir dos seis meses, quando a mãe não tiver disponibilidade de leite materno. Antes, era a partir dos 12 meses. Quando a própria OMS divulga que agora pode e recomenda que bebês acima de seis meses podem tomar o leite de vaca, isso é mais uma comprovação de que o leite faz bem para a saúde humana”.