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A TARDE Agro

Por Claudia Lessa

ACERVO DA COLUNA
Publicado Wednesday, 17 de July de 2024 às 3:00 h | Autor: Claudia Lessa

Linhas de pesquisa ajudam a elevar a produtividade do agronegócio

Instituições investem em projetos que desenvolvem sustentabilidade agrícola

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Graças às pesquisas, hoje há variedades de mandioca mais adaptadas ao cultivo na região semiárida da Bahia
Graças às pesquisas, hoje há variedades de mandioca mais adaptadas ao cultivo na região semiárida da Bahia -

As ações sustentáveis no setor agrícola contam com o suporte de instituições de pesquisa e desenvolvimento, a exemplo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado da Bahia (Sescoop/BA). O apoio dessas entidades às iniciativas no campo em território baiano contribui para uma maior eficiência produtiva e, consequentemente, maior sustentabilidade agrícola, principalmente em relação a pesquisas de novas tecnologias e adoção de técnicas como os bioinsumos, visando controle de pragas e doenças.

Unidade descentralizada da Embrapa e vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária, o Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura – conhecido como Embrapa Mandioca e Fruticultura – desenvolve diversas pesquisas promissoras que têm trazido resultados impactantes para o setor agrícola. O pesquisador e chefe-adjunto de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Eduardo Chumbinho de Andrade, explica que as pesquisas têm como foco principal garantir a sustentabilidade da agricultura, seja ela de caráter familiar ou empresarial. A maioria dos estudos, completou, é realizada em parceria com produtores de diferentes regiões da Bahia.

“Um dos pilares para o desenvolvimento sustentável é a disponibilização aos agricultores de variedades de mandioca e fruteiras mais produtivas, resistentes às pragas e doenças e adaptadas às diferentes regiões produtoras do estado e às condições climáticas mais extremas. Como exemplo, temos variedades de mandioca mais adaptadas ao cultivo na região semiárida, bem como variedades de citros mais eficientes no uso da água, que necessitam de menor quantidade de água para produzir a mesma quantidade de frutos, e novas variedades de banana e abacaxi que são resistentes às principais doenças que afetam estas fruteiras, dispensando assim o uso de pesticidas”, detalha Eduardo Chumbinho.

Além disso, ainda conforme o pesquisador, a Embrapa desenvolve outras tecnologias complementares que contribuem para que a produção seja ainda mais eficiente e sustentável. “O desenvolvimento de bioinsumos, ou seja, micro-organismos selecionados nos laboratórios da Embrapa, que têm sido aplicados para diversas finalidades, como o controle de pragas e doenças, promoção de crescimento das plantas e para auxiliar as plantas a resistirem mais à seca ou a melhor absorverem nutrientes do solo”, cita.

Antecipação de problemas

A Embrapa também auxilia produtores agrícolas com pesquisas de caráter preventivo, antecipando problemas que ainda não ocorrem no País, mas que poderão causar grandes perdas à fruticultura e à mandiocultura baiana e nacional, caso sejam introduzidas. “A Embrapa trabalha em parceria com instituições internacionais em países onde essas doenças ocorrem. Assim, podemos testar nossas variedades de banana e mandioca e verificar se algumas delas são resistentes”.

Para que tais ações sejam viabilizadas, a Embrapa busca o estabelecimento de parcerias, que são formalizadas tanto para desenvolver tecnologias, quanto para apoiar iniciativas dos diferentes atores vinculados ao campo na Bahia. “Sejam eles do setor produtivo, como produtores, cooperativas e Casas Familiares Rurais, ou instituições públicas estaduais e federais. Por exemplo, os sistemas de produção orgânica de fruteiras foram desenvolvidos em parceria com uma empresa sediada na Chapada Diamantina, a partir de uma iniciativa desta empresa, que nos procurou por volta de 2012 com a ideia de produzir frutas em sistema orgânico, mas que ainda não existiam. A parceria foi estabelecida em 2014 e permanece até hoje em nova fase de pesquisa”, relata Chumbinho.

O gestor conta que outra forma adotada para apoiar iniciativas é o lançamento de editais de inovação aberta, através dos quais a Embrapa seleciona propostas apresentadas por empresas e associação de produtores. “Uma das propostas, selecionadas no edital em 2021, foi feita pela Casa Familiar Agroflorestal de Nilo Peçanha (CFAF), visando ampliar os cultivos do Sistema Agroflorestal Familiar (SAF) tradicional, conhecido como Cabruca, para incrementar as alternativas de produtos para os mercados locais, favorecendo o incremento da renda familiar e gerando novos negócios e motivação para os jovens técnicos no meio rural”, detalha, destacando ainda a parceria que a Embrapa Mandioca e Fruticultura mantém com a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) para o monitoramento da possível entrada do Huanglongbing (HLB), principal doença que afeta a citricultura mundial.

O Sebrae, entidade também atenta à pauta da sustentabilidade, vem promovendo a preservação dos recursos naturais em diversas parcerias com entidades do setor. “As iniciativas sustentáveis podem resultar em melhor produtividade e redução de custos. Também facilitam o acesso a mercados que valorizam produtos sustentáveis e podem trazer incentivos governamentais. Essas práticas estão associadas à responsabilidade social e ambiental, fortalecendo a sua marca e a viabilidade econômica dos produtores a longo prazo”, considera o coordenador de Agronegócios do Sebrae-Bahia, Wagner Carvalho.

Ele destaca, ainda, a oferta de suporte às iniciativas de sustentabilidade no setor agrícola por meio de consultorias e capacitações focadas em boas práticas. “Essas ações incluem orientação sobre o uso adequado do solo e da água, promovendo a eficiência no manejo dos recursos naturais”, ressalta Carvalho.

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