PIB do agronegócio cresce 6,5% no 1º trimestre do ano

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio – que considera toda a cadeia produtiva, desde a produção de insumos até logística, comércio e transformação – cresceu 6,5% no 1º trimestre de 2025, o equivalente a

R$ 210,6 bilhões, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Pesquisadores do Cepea indicam que o avanço do PIB do agronegócio no período foi influenciado pela alta dos preços e aumento da produção ‘dentro da porteira’, como a agricultura e a pecuária. A exceção foi o segmento de insumos no ramo pecuário, que apresentou retração do PIB. O setor do agro também elevou o número de empregos no ano passado.

O desempenho do PIB do agronegócio é uma “continuidade da tendência observada no 4º trimestre de 2024, quando a elevação do PIB foi suficiente para reverter a queda que vinha sendo registrada até o terceiro trimestre daquele ano”, segundo o Cepea.

A estimativa do centro é de que o PIB do agronegócio represente 29,4% do PIB do Brasil em 2025. Em 2024, o percentual foi de 23,5%.

Quadro por segmento

O desempenho dos insumos foi impulsionado pela alta nos preços e na produção de fertilizantes, bem como pelo crescimento da produção de defensivos e máquinas agrícolas. Na agroindústria, o crescimento reflete, sobretudo, a valorização dos preços dos produtos, mesmo com aumento de produção. Destaque para as indústrias de café e biocombustíveis.

O resultado no segmento primário foi impulsionado tanto pela valorização das commodities cacau, café, laranja, milho e trigo, quanto pela expansão na produção de arroz, milho e soja. No segmento de agrosserviços, o avanço do PIB refletiu o desempenho da agricultura ‘dentro da porteira’, marcada tanto pela valorização de preços quanto pelo aumento da oferta, o que se traduziu em maior demanda por serviços de transporte, armazenagem, comércio e outros.

No ramo pecuário, o segmento de insumos foi impactado negativamente pela queda dos preços das rações. Na agroindústria, o PIB foi sustentado pelos maiores preços e pelo crescimento na produção de carnes, pescados e laticínios.

O resultado do segmento primário foi impulsionado pela valorização dos preços na bovinocultura – de corte e leite – e na suinocultura, mas também de forma mais moderada pelo aumento na produção de todas as atividades.

No segmento de agrosserviços, a expansão do PIB foi impulsionada pelo crescimento da produção ‘dentro da porteira’ e agroindústria, o que resultou em aumento na demanda por serviços em algumas atividades.