Taxar a produção rural é um grande erro
Confira a coluna A TARDE Agro desta segunda-feira, 18
Retenciones, impostos, para todo agro. Taxa universal de 15% sobre toda exportação e na soja mantidos os 33%. Essa decisão desagradou profundamente as lideranças agro da Argentina que afirmaram: “Tínhamos expectativas, e agora é incerteza”, declaração de Carlos Achetoni, chefe da Federação Agrária Argentina. O presidente da Sociedade Rural Argentina, Nicolas Pino, disse: “A medida não nos satisfaz, não concordamos”.
Essa ideia de taxar exportações agropecuárias, o setor foge dela como o “diabo da cruz”. Aqui no Brasil já tivemos isso em período da década de 1980, também quando vivíamos uma crise inflacionária tenebrosa e economia estagnada. Foi depois da loucura econômica do governo Collor, e do impeachment, que tivemos o Plano Real e, da mesma forma, a Lei Kandir (13/09/1996), isentando ICMS dos produtos primários e semielaborados exportados pelo Brasil.
Mas o tema vira e mexe reaparece sob os vorazes tentáculos de sugar o lado econômico que ainda gera oxigênio para o País. A produção, a originação primária é ponto de apoio para ser alavancada pelos demais elos das cadeias produtivas do antes e do pós-porteira das fazendas – ou seja: indústria, comércio e serviços.
Taxar a produção agropecuária representa matar a galinha dos ovos de ouro, ao invés de criar as condições para que o sistema, um complexo que nasce a partir desse setor, ali, sim, estabeleça uma agregação de valor, empregos, renda e as justas tributações.
Da mesma forma, a desvalorização do peso perante o dólar nada mais será do que uma droga alucinógena, um ópio, um falso anestésico, que aumenta os pesos convertidos, porém a tecnologia, os insumos, os custos para as próximas safras continuarão no patamar das leis internacionais, a preço dólar.
A Argentina vem de uma crise climática, também, e os produtores rurais estão agora em momento crítico para decidir os próximos passos. Na minha visão, os preços das commodities irão subir na sequência da safra 2023-24.
E vai aqui a moral da história.
Agronegócio, agronegócio, mas, cuidado. Governos não devem fazer muita parte, preservadas as boas exceções que devemos sempre agradecer e guardar.