Libertando a nostalgia
Confira a coluna do jornalista Leandro Silva
A Libertadores de 2025 começa hoje para o Bahia, antes mesmo da virada de ano, com o sorteio dos cruzamentos das primeiras fases de mata-mata da competição. A missão de hoje é acompanhar a definição de confrontos da principal competição do continente, algo que parecia tão distante para o torcedor tricolor, mas hoje é real. É o distintivo mais lindo do mundo que estará representado no pote 1.
A expectativa é gigante e não custa nada torcer por um caminho mais acessível para a fase de grupos. Melhor deixar times de tradição como Corinthians, Boca Juniors e Cerro Porteño para fases mais adiantadas da competição. O Bahia, entretanto, precisa estar preparado para encarar e superar qualquer um dos possíveis adversários dessas primeiras etapas, bem perigosas.
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No primeiro confronto de mata-mata do Bahia depois de 36 anos, o adversário será qualquer um dos oito times do pote 2. Só três estão definidos: Deportes Iquique, do Chile, Boston River, do Uruguai, e Universidad Central, da Venezuela. Falta um colombiano e um boliviano. Os três restantes serão os sobreviventes da primeira fase, que contará com Defensor, do Uruguai, Alianza Lima, do Peru, El Nacional, do Equador, Nacional, do Paraguai, Monagas, da Venezuela, e outro time boliviano.
Passando pelo primeiro confronto, o Bahia poderá enfrentar qualquer um dos outros sete sobreviventes da etapa, incluindo os outros integrantes do pote 1. E o nível é ainda mais alto: Corinthians, Boca Juniors, Cerro Porteño, Barcelona, do Equador, Independiente de Santa Fé, da Colômbia, Melgar, do Peru, e Ñublense, do Chile.
Na edição de 1989, o Bahia enfrentou equipes de apenas três países: Brasil, Venezuela e Peru. Naquela fase de grupos, o Esquadrão ficou em grupo com o Inter e os venezuelanos do Deportivo Táchira e do Marítimo. Com quatro triunfos e dois empates, fechando com 100% de aproveitamento na Fonte, e empatando apenas os dois embates realizados fora do país, o Esquadrão passou como líder da chave 2.
Depois da impressionante campanha na primeira fase, o Bahia encarou o Universitário, do Peru, nas oitavas. No jogo de ida, fora de casa, um empate em 1 a 1, com gol de Osmar. Na volta, na Fonte, o Bahia abriu o placar bem cedo, com dois minutos de bola rolando, com Marquinhos, em cobrança de falta. Depois do intervalo, os peruanos empataram, com cinco minutos, com Del Solar. O Esquadrão, entretanto, seguiu melhor e chegou ao gol do triunfo, aos 16, com Charles, de carrinho.
Aí vieram os confrontos das quartas, contra o Inter. Além de ter conquistado o Brasileiro contra o Colorado, o Esquadrão havia vencido os dois primeiros encontros contra os gaúchos, na fase de grupos, com um 2 a 1, em Porto Alegre, e um 1 a 0, em Salvador. Uma derrota em seis embates, entretanto, custou a eliminação. O Esquadrão levou 1 a 0, fora de casa, e tinha tudo para reverter a situação, na Fonte, onde havia vencido todos os jogos, mas uma chuva fortíssima, que deveria ter sido motivo para adiamento do jogo, parou o Bahia, que ficou no 0 a 0.
O Bahia foi comandado pelo mestre Evaristo de Macedo, pelo interino José Carlos Queiroz, e por René Simões, a partir das oitavas de final. Com sete gols, Charles só marcou menos que Carlos Aguilera, do Peñarol, com 10. Osmar fez três, Gil, dois, enquanto Zé Carlos e Marquinhos também marcaram. Participaram da campanha: Ronaldo, Tarantini, João Marcelo, Wagner Basílio, Paulo Robson, Paulo Rodrigues, Gil, Zé Carlos, Osmar, Marquinhos, Charles, Claudir, Newmar, Maílson, Edinho Jacaré, Marcelo Jorge, Bobô e Sandro.