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Coluna do Tostão

Por Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina
ACERVO DA COLUNA
Publicado Wednesday, 10 de July de 2024 às 9:24 h | Autor:

É preciso gostar mais da bola

Confira a coluna do ex-jogador Tostão

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Brasil e Uruguai
Brasil e Uruguai -

Não houve surpresas nos empates do Brasil contra a Colômbia e Uruguai. São três seleções do mesmo nível. A Argentina é a melhor. Da mesma forma, há pouca diferença entre as melhores seleções europeias e entre as principais da Europa e da América do Sul.

Os jogos da Eurocopa são mais agradáveis de ver que os da Copa América porque os europeus se preocupam menos em tumultuar, fazer faltas e parar o jogo. A grande superioridade dos europeus ocorre somente entre os melhores times porque eles contratam os principais jogadores sul-americanos.

Após o empate entre Brasil e Colômbia por1x1, o ótimo e lucido zagueiro Marquinhos disse que faltou à seleção brasileira ficar mais com a bola. Contra o Uruguai ficou menos ainda. Isso ocorreu nos dois jogos por causa da marcação por pressão dos adversários e porque o meio campo do Brasil não teve talento para sair desta marcação. O time abusou das bolas longas da defesa para o ataque.

Nas duas partidas, Paquetá não sabia se jogava ao lado ou próximo de Bruno Guimaraes e de João Gomes ou se posicionava mais perto dos atacantes. Não fez uma coisa nem outra. Não foi meio-campista nem meia atacante. A história se repete, pois a seleção teve o mesmo problema com Tite no mundial de 2022.

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O Brasil fica pouco com a bola e troca poucos passes. Há tempos predominam na seleção as estocadas, os lances individuais, isolados. Quando o time enfrenta adversários frágeis, como o Paraguai na Copa América, os pontas, meias e atacantes hábeis e dribladores deitam e rolam. Porém, contra fortes rivais, as dificuldades são enormes pela falta de uma melhor elaboração de jogadas no meio campo. Isso ocorre há décadas.

Independentemente da formação tática, o Brasil precisa gostar mais da bola, compartilha-la com os companheiros. O jogo é coletivo. O futebol brasileiro parece uma representação da sociedade individualista do país.

Quem gosta demais da bola é a Espanha, finalista da Eurocopa após vencer a França por dois a um. É uma equipe bastante coletiva, que troca muito passes, comandada no meio campo com extrema regularidade e talento pelo meio campista Rodri. O garoto Lamine Yamal, que fará 17 anos nos próximos dias marcou um belíssimo gol, no estilo Estevão do Palmeiras. Na véspera, Yamal fez o dever de casa para a escola que estuda na Espanha.

A seleção brasileira, mesmo com deficiências individuais e coletivas é uma das candidatas a ganhar novamente a Copa do Mundo por causa do equilíbrio técnico. Existem esperanças de que melhore a maneira de jogar, que alguns jovens evoluam bastante, como Estevão e Endrick, que Neymar volte em boas condições físicas e técnicas e que as pessoas que trabalham no futebol, em diferentes atividades, dentro e fora de campo, tenham mais sabedoria, que vai muito além da informação e padronização.

É preciso gostar mais da bola, trata-la com carinho. É fundamental também se divertir com ela, como faz Vinicius Junior. A sua fantasia transita pelo espaço imaginário entre a brincadeira e a seriedade.

A bola deve ter surgido antes da roda. A forma esférica sempre fascinou as pessoas e está presente na natureza. Dizem que o formato da bola foi inspirado nos estudos de Leonardo Da Vinci sobre as formas esféricas. O químico britânico Harold Kroto recebeu o Premio Nobel em 1966 pela descoberta de uma nova formula molecular do carbono (Fulereno), que tem o formato de uma bola.

Segundo a teoria do Big Band, a vida começou como uma bola de fogo. O mundo é uma bola.

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