Equilíbrio extremo marca o Brasileirão e deixa finais sem favorito

Independentemente dos resultados das partidas de ontem entre Atlético-MG x Flamengo e Grêmio x Palmeiras, que podem ter dado o título do Brasileirão ao Flamengo, não há favorito no jogo de sábado, final da Libertadores entre Flamengo e Palmeiras. O time carioca está no momento melhor, mas é uma final de outra competição.

Durante o Brasileirão, Flamengo e Palmeiras alternaram na qualidade de suas atuações. Receberam críticas e elogios. O mesmo ocorreu com todas as equipes, com exceção do Mirassol. Seja qual for o resultado final das duas competições, os treinadores merecem elogios, mesmo considerando que são as duas equipes com melhores elencos do futebol brasileiro.

Vitórias e derrotas separadas por detalhes

Em um campeonato equilibrado, longo e por pontos corridos como o Brasileirão, as equipes, às vezes, podem ter uma sequência de vitórias e outra de derrotas, como acontece com o Vasco, mesmo sem mudar as estratégias e as escalações. As vitórias estão muito próximas das derrotas. Um vacilo, uma bola perdida, um erro do árbitro, uma dor de cotovelo e tantos outros detalhes mudam a história de um jogo.

Cruzeiro surpreende e projeta mais

O Cruzeiro, terceiro colocado, já está classificado para a Libertadores. A campanha é melhor do que se esperava no início da competição. A equipe teve ótimos e maus momentos. Jogou muito bem e teve resultados muito melhores contra os grandes adversários. O Cruzeiro teve uma belíssima atuação na vitória sobre o Corinthians por 3x0. O jovem Arroyo, recém-contratado, melhorou a qualidade do time.

A enorme superioridade não significa que isso será repetido nas duas partidas pela Copa do Brasil. O Corinthians é forte em casa, provavelmente terá a volta de Memphis e usará estratégias diferentes nos dois jogos. Não há favorito.

Milagre do Mirassol e a disputa por vagas

O Mirassol, quarto colocado, também já está classificado para a Libertadores. Quando começou o Brasileirão, era considerado um forte candidato ao rebaixamento. “Muitas coisas não têm explicação, têm existência” (Fernando Pessoa).

Fluminense, Botafogo e Bahia estão quase certos na Libertadores. Não existem duas Libertadores, uma que começa na fase de grupos e outra chamada pré-Libertadores. A diferença é apenas no número de jogos. As três equipes tiveram no Brasileirão maior número de momentos bons do que ruins, diferentemente de outros grandes clubes brasileiros. Alguns ainda correm riscos de serem rebaixados, como Santos e Inter.

O equilíbrio esconde problemas maiores

O futebol brasileiro, em vez de valorizar tanto o equilíbrio das equipes — chamado por muitos de o “campeonato mais equilibrado do mundo” — deveria somar esforços para melhorar a qualidade das partidas, dos gramados, das arbitragens e do calendário. No próximo ano, o Brasileirão começa em janeiro e será mais longo. Os estaduais serão mais curtos. São mudanças positivas.

Os clubes brasileiros, eufóricos com tanto dinheiro arrecadado de investidores e patrocinadores, especialmente das casas de apostas, que fazem mal ao cidadão brasileiro, deveriam investir melhor nas contratações e na formação dos jogadores. Joga-se muito dinheiro fora com atletas caríssimos e que não têm mais a qualidade que tiveram em outras épocas. O mundo caminha para frente.