Nada se cria, tudo se repete
Confira a coluna de Tostão: cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970
Brasil e Equador fizeram uma partida decepcionante, sem intensidade, sem emoção, burocrática. Ninguém saia de suas posições. Tudo se repetia e nada se criava. Os torcedores compraram ingressos caríssimos, estavam no início eufóricos e aos poucos, progressivamente, não aguentaram e vaiaram no final da partida.
Fora o gol, após a bola desviar no zagueiro em uma finalização de Rodrygo fora da área, cada seleção criou apenas uma chance clara de gol. Com exceção dos defensores das duas equipes, que cumpriram bem a suas funções, não houve destaques. Se o jogo tivesse sido no Equador, provavelmente o Brasil perderia. Se a seleção jogar assim contra a Argentina, Uruguai e Colômbia terá grande chance de perder, mesmo em casa.
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Em outro jogo pelas eliminatórias da Copa do Mundo, a Argentina, sem Messi contundido e sem Di Maria, que encerrou a carreira na seleção, ganhou do Chile por 3x0.
A seleção dirigida pelo técnico Scaloni, campeã do mundo de 2024, adotou variações táticas em quase todos os jogos da copa e nos amistosos, mas manteve sempre a formação com um trio no meio campo, além de Messi. O técnico não criou o trio para beneficiar Messi, como falam. Ele fez isso por convicção, por acreditar que o setor é o corpo, a alma e a mente de uma equipe.
Os três meio-campistas se movimentam bastante, de uma área a outra. Marcam, criam, avançam e fazem gols. No primeiro, contra o Chile, De Paul fez a jogada pela direita e Mac Allister finalizou dentro da área. Os dois e mais Enzo Fernández formam o trio.
A Argentina abre mão de um ponta driblador e veloz para priorizar, aglomerar jogadores no meio campo e valorizar a troca de passes e o domínio da bola e do jogo. Às vezes são quatro no meio com a entrada de Lo Celso no lugar do ponta Gonzalez. É uma visão bem diferente da do Brasil, que utiliza mais as estocadas individuais, os dribles e a velocidade pelas pontas. O ideal é unir as duas características.
Será que Messi estará em forma e presente na Copa de 2026? Nem ele sabe. Messi segue a filosofia da belíssima música brasileira: “Deixa a vida me levar” feita por Zeca Pagodinho.
Vale a pena?
Os altos investimentos nas contratações de jogadores por clubes brasileiros contribuem para melhorar a qualidade das equipes, desde que o dinheiro seja limpo e que os clubes tenham condições de pagar os compromissos.
As apostas esportivas, presentes em todo o mundo, invadiram o Brasil. Dominam as propagandas nos clubes, nas camisas dos jogadores e nos programas esportivos. Querem até mudar o nome do Brasileirão. Celebridades, atletas e ex-atletas se tornaram garotos- propagandas das empresas de apostas.
Os riscos são grandes, como o de aumentar bastante o número de viciados, compulsivos e em consequência, os problemas mentais. É muito fácil apostar, basta um clique. Pior, apostadores transferem o dinheiro de pagamentos pessoais para o jogo de apostas. Cresce o endividamento. Mais grave ainda é a suspeita de lavagem de dinheiro pelo crime organizado.
O governo quer legalizar as apostas para arrecadar milionárias quantias de impostos. Vale a pena?