Fabrício perde na base e tenta dar a volta por cima (da mesa)
Confira a coluna de Levi Vasconcelos desta quarta-feira, 21
Não é de agora que o deputado Fabrício Falcão (PCdoB) sonha em conquistar uma vaga num tribunal de contas. No ano passado se dizia candidato quando foi atropelado por Aline Peixoto, a esposa de Rui Costa. Mas jurou: ‘A próxima (vaga) não me escapa’. Agora chegou a hora e ao que tudo indica, escapou.
Pelo regimento da Alba, quando a vaga é da casa, como é o caso, o pretendente tem que ser indicado por pelo menos 13 deputados, com a ressalta que cada um só pode assinar por um nome. O deputado Paulo Rangel (PT) se inscreveu com 38, o ex-deputado Marcelo Nilo com 18, os dois totalizam 56, ficam só 7 de fora, Fabrício sobrou.
Na Assembleia ontem, Fabrício subiu à tribuna, elogiou Marcelo Nilo e Rangel, também explicou porque resolveu tentar seguir por uma terceira via, a mesa, que em conjunto pode indicar, assim como o presidente.
dupla zebra —Antes se dizia que a grande expectativa girava em torno de Marcelo Nilo. Ele foi presidente da Assembleia por 10 anos (entre 2007 e 2017), deixou a base governista para apoiar ACM Neto, mas acredita que os amigos que fez podem lhe garantir os 32 votos para chegar. Ou seja, ele tem 18 da oposição e espera contar com 14 traidores do governo.
Dá-se como certo, na Alba, que a aprovação do nome de Paulo Rangel é favas contadas, mas agora tem também Fabrício tentando zebrar o processo.
Ironia: eles disputam a vaga do jornalista Fernando Vita, aposentado em dezembro, que na sua obra literária criou a imaginária cidade de Todavia. Bem que a sucessão dele dá um enredo. Quem sabe?
Wagner critica Lula, mas faz a ressalva: ‘Indignação homanista’
O senador Jaques Wagner, líder do governo no Senado e figura maior do PT na Bahia, já surpreendeu o mundo político em novembro ao votar a favor da PEC que restringe os poderes do STF, ontem voltou ao noticiário por fazer críticas a Lula, de quem é amigo, por ter comparado a ação de Israel na Faixa de Gaza ao holocausto.
Wagner, que é judeu, disse que Lula errou ao fazer tal comparação ‘porque o holocausto é um caso único’, mas fez a ressalva: ‘É uma indignação humanista’.
Ou seja, é judeu, mas também se diz indignado com os atos praticados pelo primeiro ministro israelense Benjamim Netanyahu contra os palestinos na Faixa de Gaza: ‘Em algum momento ele vai responder por isso’.
Netanyahu é tido como extremista de direita e tem o apoio dos bolsonaristas. Aliados de Lula dizem que eles tentam tamponar o genocídio.
Discriminação no elevador
O deputado Manuel Rocha (UB) apresentou projeto na Alba que pretende acabar com as denominações ‘elevador social’ e ‘elevador de serviço’, segundo ele, por apontarem uma situação que pode descambar para o racismo.
No próprio projeto ele ressalva que tais discriminações são para cargas, pessoas em trajes de banho ou transportando animais. Quem não obedecer, multa de R$ 1,5 mil. Se passar, será que cola?
Zevaldo, o funeral debaixo de um intenso aguaceiro
O funeral do médico e ex-prefeito Zevaldo Lima mostrou ontem o tamanho da comoção que a morte dele, aos 75 anos, causou em Serrinha. Uma multidão acompanhou o cortejo que percorreu as principais ruas da cidade. Começou às 9h e logo a seguir desabou um forte temporal, e aí um fato excepcional: ninguém fugiu da chuva, todo mundo seguiu debaixo do aguaceiro.
Zevaldo enfrentava um câncer, mas não gostava de falar sobre o assunto. Ele deixou um livro quase pronto narrando a vida dele, que a família agora vai publicar.
Em 2022 ele foi candidato a deputado federal, mas já sem gás, teve lá 1.216 votos.