TSE proíbe o ‘deepfake’, a versão moderna da mentira, na campanha
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
Início dos anos 80, Paulo Maluf, então governador de São Paulo, acusado de muito mentir, foi interpelado por um repórter da Band.
— Governador, o que o senhor acha da mentira na política?
Resposta na bucha:
— Quem disser que não mente, já está mentindo.
Uma grande verdade sobre a mentira. No jogo da política, ela sempre em cena, não raro, na sua forma mais perversa, a infâmia, a calúnia e a difamação.
Na campanha eleitoral de 2018, a que Jair Bolsonaro, a primeira com a chamada sociedade em rede ganhando um protagonismo decisivo, a velha mentira ganhou nome novo, fake news. E não é que agora, seis anos depois, ela já tem nova cara? Agora é deepfake.
Novo tempo —Sabe o que é deepfake? É a montagem de cenas com rostos e vozes enxertados para fazer parecer real, ou seja, uma mentira sofisticada. Ontem, no bojo de 12 resoluções aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições deste ano, simplesmente proibiu o uso de deepfakes nas campanhas deste ano.
A mentira aí está imbricada com o uso da inteligência artificial, a exposição de conteúdos a partir de conhecimentos coordenados por computadores. O TSE também proíbiu manipulações de conteúdo falso para criar ou substituir imagem ou voz de forma a prejudicar ou favorecer candidaturas, os chatbots e avatares.
Claro que isso não acaba a mentira. A questão agora é saber até que ponto a justiça será capaz de conter a potencialização delas.
Um consolo para Fabrício. O PCdoB se sente desrespeitado
Bobó, Zó e Olívia Santana, deputados do PCdoB, ficaram solidários com o colega de partido Fabrício Falcão após o fiasco na tentativa de viabilizar-se como candidato a vaga no TCM e decidiram: não vão comparecer à votação para a escolha do conselheiro, a ser travada entre o petista Paulo Rangel e o ex-deputado Marcelo Nilo.
O PCdoB também soltou nota classificando o episódio de ‘lamentável desrespeito’. Diz que ano passado Fabrício abriu mão para a ex-primeira dama, Aline Peixoto, e ficou acertado que a próxima seria a vez dele.
“Não somente foi ignorado o acordo como foi montado um verdadeiro rolo compressor para inviabilizar até mesmo a inscrição”.
No fim, a nota diz que adiante a direção do partido vai se reunir para examinar melhor o caso ‘e tirar as devidas consequências’.
O desafio de Marcelo Nilo
Pergunta a um deputado da base governista: e Marcelo Nilo terá mesmo gás para desviar os votos de 14 governistas para derrotar Paulo Rangel em plenário?
— Anote aí: está muito mais fácil Marcelo Nilo perder votos entre oposicionistas do que ganhar entre os governistas. É só conferir.
Se tudo correr bem, terça que vem os candidatos serão sabatinados na CCJ e logo após acontece a votação.
Auditor do TCM-Ba vai compor Conselho da ONU
Vítor Maciel, auditor de controle externo do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-Ba), virou orgulho entre baianos. Ele vai integrar a equipe de técnicos brasileiros no Conselho de Auditores da Organização das Nações Unidas (ONU).
Chico Netto, o presidente do TCM-Ba, foi informado anteontem, quando o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, comunicou à Associação dos Membros dos Tribunais de Contas a conclusão do processo seletivo envolvendo os 32 tribunais de contas do país, junto com outros sete brasileiros, ele o único do Nordeste.
Vítor, de 44 anos, também é professor da Escola de Ciências Contábeis da UFBa.