Wagner, Otto e Rui contra excluir a PF do combate ao crime organizado
Confira a coluna deste sábado, 15

A entrega da Comenda 2 de Julho a Wilson Cardoso (PSB), prefeito de Andaraí e presidente da UPB, ontem, na Alba, produziu um momento especial. Jerônimo não foi — enviou um vídeo —, mas, em compensação, lá estavam os senadores Jaques Wagner (PT) e Otto Alencar (PSD), além do ministro Rui Costa (Casa Civil), principais lideranças baianas alinhadas com o governo.
E todos com um discurso na ponta da língua sobre a Lei Antifacção, que dominou as atenções do aparato de segurança no País e também do mundo político. Elementar: com o visível crescimento do crime organizado, segurança virou a grande pauta do momento — e também será central na campanha.
União — A Lei Antifacção, enviada pelo governo ao Congresso, é a bola da vez nesse jogo. E as lideranças baianas bateram na mesma tecla contra as mudanças propostas pelo relator, Guilherme Derrite (PP-SP).
Wagner afirmou:
“Não entendo como um deputado que se diz defensor da segurança exclui justamente a PF, que tem relevantes serviços prestados ao Brasil.”
Rui Costa reforçou a preocupação com a possibilidade de classificar facções como organizações terroristas.
“O Exército já se manifestou esta semana contra isso. A discussão está muito mais no âmbito da política do que no enfrentamento das facções propriamente dito.”
Otto Alencar já avisou que, se mexer na PF, no Senado não passa.
Em suma: se a segurança é a pauta do dia, na campanha também será.
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Penalva entre adversários, mas faz a ressalva: ‘Nada a ver’
Aliado de ACM Neto — portanto opositor do governo —, o deputado Emerson Penalva (PDT), autor da proposta que resultou na Comenda 2 de Julho para Wilson Cardoso, se viu ontem rodeado de governistas, inclusive o próprio homenageado. Mas disse estar tranquilo.
“Sou o proponente e estou aqui pela história impecável de Wilson. Ele conta com o apoio de prefeitos de diversos partidos, então estamos à vontade.”
Wilson seguiu na mesma linha. Disse que a homenagem é um chamamento para continuar trabalhando.
“É assim que trabalho, unindo todos os partidos pela educação, saúde e segurança pública. É um chamamento para novos desafios.”
Nascido em Ituberá, hoje prefeito de Andaraí, pai de seis filhos, ele convidou a ex-esposa, Sílvia Spector, para, junto com a atual, Célia Cardoso, colocar a medalha.
Na Fieb, pleito sem disputa
A Federação das Indústrias da Bahia (Fieb) realiza eleições para Diretoria, Conselho Fiscal e Delegados junto ao Conselho de Representantes da CNI, gestão 2026-2030. Carlos Henrique Passos, atual presidente — que em 2023 sucedeu Ricardo Alban, hoje na CNI —, foi questionado sobre quem seria seu adversário. A resposta foi curta:
“Ninguém.”
A entidade segue sem disputa.
Ton Legal partiu. Que pena. Ele era mesmo muito legal
Filho de Ipiaú e radicado em Jequié, onde foi vereador e se elegeu deputado estadual duas vezes, Ewerton Souza de Almeida — o Ewerton Almeida, o Ton Legal — vivia entre Jequié e Jeremoabo, terra da esposa. Sentiu-se mal na noite de quarta e morreu a caminho do socorro, em Juazeiro, aos 84 anos.
Foi pelo jeito descontraído e bem-humorado que ganhou o apelido. Perguntado se se achava “legal”, respondia:
“Não sei, mas dizem. E eu não só aceito, como tento muito ser. Se não sou, parecer já está bom.”
Figura constante na Alba, cultivou muitos amigos. Tristeza geral.
Política com Vatapá
Conta Pedro Marcelino, ex-prefeito de Alagoinhas, no livro Alagoinhas – O que a memória guarda, que um dia se candidatou a vereador na cidade um cidadão chamado Tabaco. Virou sensação, até pelos slogans: “Vai dar Tabaco”, “Tabaco todo mundo gosta”, “Vou de Tabaco”.
Na apuração — quando votos eram riscados no papel — apareceu um voto com a palavra “xibiu”.
“Voto nulo!”, gritaram. Tabaco contestou e foi à juíza:
“Doutora, o voto é meu, tá na cara!”
“Não, senhor. O voto não é seu.”
Outro voto apareceu: “xoxota”. A discussão se repetiu. A juíza cortou:
“Senhor, o voto não é seu e não me venha mais aqui.”
No fim, obteve 200 votos e perdeu. Alguém perguntou:
“E aí, Tabaco, como foi?”
“Fui o mais votado, mas fui garfado. Olhe aqui.”
Puxava um papel do bolso:
“Foram 200 em Tabaco, 150 em xibiu, 130 em xoxota e 190 em b…"
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