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SALVADOR 476 ANOS

10 espaços culturais que fecharam as portas e deixaram saudades

Capital baiana conta com uma efervescência cultural muito forte e isso sempre refletiu nas opções de lazer

Por Edvaldo Sales

29/03/2025 - 14:00 h
Nos anos 80, um dos points mais badalados das noites de Salvador era o Circo Troca de Segredos
Nos anos 80, um dos points mais badalados das noites de Salvador era o Circo Troca de Segredos -

Salvador respira cultura e isso não é novidade para ninguém. Em cada rua, esquina, beco e viela da cidade, é possível encontrar uma expressão artística forte e com suas próprias particularidades. Por contar com uma efervescência cultural muito forte, a capital baiana sempre teve diversas opções de lazer para os soteropolitanos e turistas.

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Ao longo dos anos, muitos espaços surgiram, se estabeleceram, tiveram o seu apogeu e, infelizmente, por diversos motivos, fecharam as portas. Circo Troca de Segredos, Língua de Prata, Boate Commons, Hippopotamus, Café Calypso, entre outros, compõem uma extensa lista de empreendimentos que seguiram exatamente essa trajetória.

Para trazer de volta à memória dos nostálgicos e saudosistas no dia em que Salvador completa 476 anos de existência, o Portal A TARDE listou 10 espaços culturais que fizeram história e marcaram a memória de muitos baianos.

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  • O Portela Café fechou em 2021 e era um dos poucos espaços voltados para a música alternativa na capital baiana. Após 13 anos de história, a casa de shows, que abriu as portas para artistas locais e festas como RocknBeats, teve seu fim decretado em meio a crise enfrentada com a pandemia do coronavírus.
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Em entrevista ao Portal A TARDE, o ex-dono do espaço revelou que o empreendimento nunca deu lucro. “Como eu tinha uma pizzaria, ela mantinha a minha cachaça que era o Portela Café”, brincou o empresário Antônio Portela, que disse ainda nunca ter recebido nenhum tipo de apoio financeiro.
  • Nos anos 80, um dos points mais badalados das noites de Salvador era o Circo Troca de Segredos. O local atraía uma multidão, predominantemente jovem e descolada que fazia filas quilométricas, em busca de diversão e shows musicais que agitavam o verão baiano, como Blitz, Marina, Titãs, Camisa de Vênus, entre outras.
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No espaço cultural — que foi inaugurado com um show de Caetano Veloso — localizado na Avenida Oceânica, no bairro de Ondina, além de um som de qualidade, rolava aulas de dança, yoga, tai chi chuan, dentre outras atividades. 
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“Era um espaço onde tudo acontecia. Nós tínhamos espetáculos de dança, teatro infantil e adulto, música, tinha curso de capoeira, de circo e também tínhamos programações fixas. [...] Era um espaço eclético que bombou, e as pessoas ficaram loucas. Em dois anos, a gente fez mais de 520 eventos. Era muito bom”, relembrou Caco Monteiro, que era um dos donos do estabelecimento.
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A história do circo vai virar um documentário, intitulado ‘Caiu um Circo no Olho da Cidade – A História do Gran Circo Troca de Segredos’, dirigido pelos cineastas Lula Oliveira e pelo próprio Caco Monteiro.
  • O Café Calypso funcionou por quase 10 anos e teve o último evento com bandas no início de novembro de 2006. O espaço se tornou uma espécie de quartel general da resistência rocker em Salvador, durante os anos 90 e parte dos anos 2000. 
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Uma das bandas que se apresentava com frequência no local era a King Cobra, que tem no repertório canções de gigantes do hard/heavy, como Whitesnake, Thin Lizzy, Van Halen, Led Zeppelin, AC/DC, Dio, Black Sabbath e outras.
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Em 2014, o espaço reabriu temporária e exclusivamente para a sequência de apresentações do projeto Theatro Séraphin Acústico.
  • O Groove Bar Salvador, um dos principais  palcos da cena do rock soteropolitano, fechou as portas em 2020, após 11 anos de muita música e espetáculos.  
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Durante o período, a casa localizada na Barra recebeu diversos shows das várias vertentes do ritmo. O local também era conhecido por dar espaço a pequenas bandas do circuito alternativo.
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Na postagem de despedida publicada no Instagram, o Groove disse que tudo tem um fim, mas ressaltou o orgulho de engajar o rock soteropolitano noite após noite. “Esse é o sentimento que nos motiva a continuar”, apontou o post.
  • Reduto da boemia soteropolitana durante décadas, a casa de shows Língua de Prata, que ficava localizada na Orla de Itapuã, foi interditada em 2014 e, posteriormente, demolida em 2015. O local foi uma das últimas estruturas que faltavam ser desapropriadas para revitalização da orla. 
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A casa de shows embalou muitos casais e muitas famílias na noite de Itapuã. Ao lado do vizinho Jangada, o local virou um dos redutos da seresta e do arrocha na capital. 
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Ao Portal A TARDE, Leo Max, que fazia parte da banda Quebra o Gelo, a qual se apresentou lá várias vezes, falou sobre o fechamento do local. “Foi um impacto muito grande para quem vive da música. Ali era uma fonte de renda”, afirmou. 
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“Nós fazíamos nossos ensaios no Língua de Prata. Fizemos lá por dois anos, toda segunda-feira. A gente começava meia-noite e ia até duas, três horas da manhã, completou.
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Na foto: Banda Quebra o Gelo durante apresentação no Língua de Prata
  • Uma das casas de shows mais queridinhas da juventude soteropolitana nas noites do Rio Vermelho, a Boate Commons foi uma das vítimas da crise econômica gerada pela pandemia de Covid-19. Inaugurada em fevereiro de 2013, a casa tinha uma programação musical focada na nova música brasileira, com destaque para festas temáticas. 
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“A pandemia foi algo que ninguém esperava e as casas de shows tiveram que parar de funcionar, mas os compromissos financeiros não paravam de chegar. Isso impactou na minha vida e na vida do meu sócio”, desabafou Vince Athayde, um dos sócios do empreendimento, ao lado de Fernando Mariano, em entrevista ao Portal A TARDE. O espaço fechou as portas em 2021. 
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Athayde disse acreditar que o Commons foi importante para aquele período. “Hoje é necessário entender o novo comportamento do público. No que diz respeito à música e às artes, é preciso entender o momento da cena. A gestão de um espaço cultural está sempre no meu radar, mas o formato, provavelmente, não seria o mesmo. Nem do negócio, nem da oferta de experiência para o público”, disse.
  • Inaugurada em 1998 com um show de Daniela Mercury, o Rock in Rio Café Salvador foi uma das casas de shows mais importantes da história da cidade. O espaço ficava localizado no antigo Aeroclube Plaza Show. 
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O empreendimento era uma franquia da festejada casa noturna criada pelo empresário Roberto Medina, o mesmo do famoso festival Rock in Rio que até hoje é realizado no Brasil e em outros países. O próprio Medina esteve presente na noite de cerimônia. 
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O local tinha capacidade para 3 mil pessoas e se transformou em palco para shows de artistas como Margareth Menezes, Rita Lee, Alcione, Caetano Veloso, Ana Carolina, Ed Motta, entre outros. 
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A casa de shows foi demolida em agosto de 2007. À época, produtores e músicos baianos lamentaram o fechamento do Rock in Rio Café. Embora a casa tenha perdido certa credibilidade para alguns músicos devido às regulares festas de axé e pagode nos últimos anos, ainda era considerada ideal para muitos deles.
  • O Café Cancun ficava no também extinto Aeroclube Plaza Show, e era um restaurante temático que virava balada, onde a entrada só era permitida para maiores de 21 anos.
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O local ainda é bastante lembrado pelos saudosistas. “Pense em um lugar com zero confusão e sem gente inconveniente. À meia-noite, tinha tequila de graça. Os tequileiros nos colocavam em uma roda para beber, com direito a coreografia. O tempo voava lá dentro. Até hoje, não houve nada igual por lá!”, disse um usuário da rede social Thread recentemente.
  • A primeira Hippopotamus do Brasil foi inaugurada em São Paulo em 1974. A casa noturna viveu seu auge nos anos 70 e 90 e tinha como frequentadores celebridades brasileiras e internacionais. 
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Inspirada nos clubes noturnos de metrópoles como Paris, Los Angeles, Nova York e Londres, a boate foi tão bem aceita pelo público que não demorou para se espalhar para outras capitais, incluindo Rio de Janeiro e Salvador. Na capital baiana, a filial abriu em 1976. Apareciam por lá os filhos dos sobrenomes aristocráticos e o metiê cultural. 
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Em Salvador, o Hippopotamus ficava no extinto Bahia Othon Palace.
  • Amantes da noite de Salvador nos anos 1970, 80, e início dos 90, seguramente, frequentaram o Berro d’Água, um bar e restaurante que ficava na famosa esquina da rua Barão de Sergy, no Porto da Barra. Por lá, passaram personalidades nacionais e internacionais proeminentes daquelas décadas.
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O local foi inaugurado em 20 de maio de 1975, auge da contracultura, e também dos anos de chumbo da ditadura militar implementada no país desde 1964. 
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Foram 17 anos funcionando com um dos mais importantes pontos de encontro de intelectuais, escritores, jornalistas, publicitários e artistas. Em 2019, houve uma tentativa de tentar trazer o bar de volta, mas a pandemia frustrou esse plano. 
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As histórias do ponto de encontro viraram até livro. Um de seus fundadores, o itabunense Charles Mocó decidiu colocar suas incontáveis memórias no papel e lançou o livro 'Berro d’Água – Festa, Arte e Boemia na Cidade da Bahia', em 2021.
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Na foto, o fundador Charles Mocó, abraçado a duas frequentadoras do bar.

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Tags:

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