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Artistas de peso do teatro baiano participam de peça na Casa Rosa

Espetáculo premiado volta à cena para comemorar dez anos do Terceira Margem Eugênio Afonso

Franciely Gomes

Por Franciely Gomes

27/11/2025 - 3:07 h
O grupo tetaral está celebrando 10 anos
O grupo tetaral está celebrando 10 anos -

‘Teatro Terceira Margem – 10 Anos’, este é o slogan do grupo teatral que comemora uma década de atividades ininterruptas e promove, entre novembro e dezembro, intensa programação na cidade.

Tem leituras dramáticas, encenação de espetáculos do repertório, oficinas de dramaturgia, interpretação, cenografia e iluminação, e a reapresentação da peça [ensaio] para uma Redenção, que segue em cartaz no teatro Cambará, da Casa Rosa (Rio Vermelho), até o dia 30 de novembro, com sessões amanhã, sábado e domingo.

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Escrita por Caio Rodrigo, também diretor do espetáculo, e Daniel Farias a partir do romance Cartografia para Caminhos Incertos – do escritor soteropolitano Ian Fraser –, a montagem é uma travessia poética sobre memória, aprendizagem e o desejo de pertencimento.

Caio diz que o público vai ver, em cena, a adaptação de um romance de aprendizagem, que tem a desconstrução e o meta-drama agenciados como dispositivos de criação cênica.

“A peça só havia sido levada ao público no formato virtual, durante a pandemia. É um trabalho que tem o público jovem como alvo, fomentando a relação entre teatro e literatura como aporte para construção de conhecimento”, detalha o diretor.

Por meio de uma narrativa que mescla real e imaginário, o espetáculo conta a história de Mané (João D’Souza), jovem que, movido pelo desejo de se tornar poeta, atravessa paisagens de solidão, fome, desilusão e descoberta, até encontrar um grupo de teatro.

“Meu personagem é poeta. Ele mergulha em uma andança complexa e reflexiva sobre achar Redenção e encontrar a si mesmo. Redenção é a cidade que Mané tanto anda a procurar, uma cidade que ele perdeu por juras de amor e o faz atravessar uma longa estrada com descobertas, desafios e desilusões no caminho”, adianta João.

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Com 12 anos de carreira, esta é a quarta peça de D’Souza. “Fiz Caderno de rimas do João e sem rimas de Maria, com direção de Débora Landim, e Quem me ensinou a nadar, de Evaldo Macarrão. Porém, estou há alguns anos fazendo apenas cinema. Essa é minha volta ao teatro depois de seis anos”, informa o ator.

Imaginário cultural

Principal ação do projeto de aniversário do Terceira Margem, [ensaio] para uma Redenção conta com um elenco formado por artistas bem (re)conhecidos na cena baiana. São eles: Lúcio Tranchesi, Igor Epifânio, Evelin Buchegger, Caio Rodrigo, Diana Ramos e Gordo Neto, além do jovem João D’Souza.

Na pele de um ator em busca de seu personagem, Tranchesi (O trem que nos leva) conta que o resto do elenco interpreta os atores que ensaiam uma peça, que eles são os narradores do caminho que conduz e desafia o poeta Mané.

“Estamos entre o viver esse ensaio e interpretar os personagens com vista em olhar para nós mesmos enquanto artistas. Que caminho temos construído e qual teremos pela frente”, explana Lúcio.

Como artista convidado do Terceira Margem, ele diz ainda que Redenção é esse lugar dentro de nós que almeja sempre seguir em frente.

“Esse é um espetáculo poético. A obra de Ian Fraser é rica em imagens do nosso imaginário cultural. O público terá um encontro com questões primordiais do humano. Se conseguirmos inspirar essa busca em cada um, mesmo que só por um instante, a poesia poderá fazer parte da nossa vida com mais frequência”, diz.

Já para o diretor, Redenção assume dois sentidos através da busca do personagem central. “Um jogo entre o nome de sua cidade natal e um estado que se anseia alcançar. Nas palavras do autor do texto original, ‘redenção não se mede, porque para cada um, a régua é diferente’”.

Caio conta ainda que o cenário, composto de caixas de papelão, parte de um elemento que favorece a construção e a desconstrução do tempo, mantendo a cena em constante trânsito.

“A aposta é que esse jogo dialético seja capaz de estimular variadas leituras. O objetivo é criar zonas de indiscernibilidade entre ficção e aquilo que convencionamos chamar de realidade”, finaliza o dramaturgo.

Encenada pela primeira vez em 2021, de forma virtual, a peça venceu o Prêmio Braskem de Teatro de Melhor Texto, e ainda recebeu indicações de Melhor Espetáculo Adulto, e Melhor Ator para Lúcio Tranchesi.

Completando a equipe, [ensaio] para uma Redenção tem cenografia de Erick Saboya e Caio Rodrigo, trilha sonora de Luciano Salvador Bahia, iluminação de Pedro Benevides, figurinos de Guilherme Hunder e produção de Raquel Bosi e Hyago Mattos.

Minibio

Em dez anos de trajetória, o soteropolitano Teatro Terceira Margem construiu um repertório que reflete a diversidade e a consistência de sua pesquisa, com obras como Cartografia do Abismo (2014), A Máquina que Dobra o Nada (2015), O Bobo (2016), Woyzeck – Zé Ninguém (2017).

E ainda As Cidades (2019), [ensaio] para uma Redenção (2021), [sem]DRAMA (2022), Quatro por Liberdade (2023), além de parcerias com outros grupos e artistas, como Pólvora e Poesia (2010), Namíbia, não! (2011) e Homem é Homem (2024).

Com mais de 500 apresentações e 22 indicações a premiações baianas de teatro, o Terceira Margem acumula também circulações em festivais locais, nacionais e internacionais de artes cênicas.

O projeto ‘Teatro Terceira Margem – 10 Anos’ foi contemplado pelo Edital Gregórios – Ano IV, com recursos da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Informações completas sobre o circuito comemorativo do Terceira Margem podem ser obtidas através do site teatroterceiramargem.com.br e do Instagram @teatrotearceiramargem.

[ensaio] para uma Redenção / teatro cambará, Casa Rosa – Rio Vermelho / até 30 de novembro / sexta e sábado, 20h, domingo, 17h e 20h / R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia), bilheteria do teatro ou Sympla / Classificação: 14 anos

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