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PARCERIA HISTÓRICA

Neta de Caymmi e filha de Jorge Amado lembram amizade dos dois: “Rara"

Dupla homenageou Dorival Caymmi em seus 110 anos de nascimento, nesta terça, na Bienal

Por Artur Soares e Bianca Carneiro

30/04/2024 - 21:04 h
Paloma Amado e Alice Caymmi (da esq. para a direita) participaram da mesa “Acontece que eu sou baiano”
Paloma Amado e Alice Caymmi (da esq. para a direita) participaram da mesa “Acontece que eu sou baiano” -

Dorival Caymmi e Jorge Amado. Talvez ninguém, até hoje, tenha cantado ou escrito tanto a alma baiana do que estes dois baluartes da cultura. E nos 110 anos de Caymmi, celebrado nesta terça-feira, 30, a dupla foi tema de uma mesa na Bienal do Livro Bahia, mediada nada mais, nada menos, do que por suas filhas e netas.

>>> "A Bahia de meu pai ainda está viva", diz Dori Caymmi

Convidadas do evento, Alice Caymmi e Paloma Amado participaram da mesa “Acontece que eu sou baiano”, mediada pelo especialista Marielson Carvalho. Em entrevista, Alice, que é cantora e compositora, destacou que o avô influencia diretamente a sua carreira como artista.

“Eu tô tendo um segundo momento com a obra dele. O primeiro momento é, claro, basal, de influência absoluta, e agora é o segundo momento de revisitar e entender, depois de me conhecer e me entender, eu poder me voltar para a obra dele com uma maturidade maior, então, está sendo realmente muito especial”, contou.

"Meu avô vive nos baianos até hoje", disse Alice, que ainda deu uma "palhinha" na Bienal
"Meu avô vive nos baianos até hoje", disse Alice, que ainda deu uma "palhinha" na Bienal | Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE

Mas para ela, o legado de Caymmi perpassa a veia familiar e vai além da própria Bahia. “Não só na Bahia, acho que no Brasil inteiro, não existe música popular brasileira sem pensar nele, no que ele fez [...] Eu acho que ele vive nos baianos até hoje, através do afeto, do carinho”, diz.

Além de falar sobre o legado dos artistas na cultura, Alice e Paloma também relembraram a amizade e parceria entre os dois.

“Ah, é daquelas parcerias que acontecem uma em um milhão, parcerias históricas de amizade, amor e carinho e arte também, de uma maneira muito profunda, um reconhecimento assim um no outro, uma amizade, uma cumplicidade criativa muito impressionante, isso aí é coisa da natureza mesmo, coisa rara, coisa espiritual”, disse Alice.

Espiritual ou não, Paloma afirmou que a conexão entre as famílias Caymmi e Amado segue firme atualmente, mesmo após a morte dos dois amigos.

“Estar aqui nos 110 anos de Caymmi significa que vale a pena viver. Significa poder falar de uma amizade que vem de meus pais, que se perpetua entre eu e os filhos de Caymmi e que se perpetua entre minha filha, neta do meu pai e Alice, neta de Caymmi”, conclui.

Paloma Amado disse que a amizade das famílias continua
Paloma Amado disse que a amizade das famílias continua | Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE

De fora

Mestre das melodias que evocam o mar e as tradições da Bahia, Dorival Caymmi ergueu um legado musical imortal. Através de composições como "O Mar", "Saudade da Bahia" e "É Doce Morrer no Mar", Caymmi pintou paisagens sonoras na Bahia e se tornou o verdadeiro responsável por “inventar” o estado no imaginário popular.

Neste dia 30 de abril, o cantor e compositor completaria 110 anos. Para celebrar a data, estreou o documentário "Dorival Caymmi - Um Homem de Afetos". A obra, da cineasta Daniela Broitman, conta com depoimentos de diversos músicos e artistas, como Caetano Veloso e Dori Caymmi, filho de Dorival e também músico.

No entanto, a produção deixou Alice de fora. Questionada se já assistiu ao doc, a artista contou que gostou, mas revelou ter ficado chateada por não ter sido chamada para participar. “Foi bem bonito. Eu fiquei chateada por não ser chamada só, mas fora isso tá ótimo”.

“Nem pensaram em me chamar. Mas tudo bem”, completou.

Leia mais:

Livro físico ou digital? Leitores da Bienal revelam preferências

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Tags:

Alice Caymmi Bienal do Livro Bahia Dorival Caymmi Jorge Amado Paloma Amado

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