CULTURA
Dia da Consciência Negra: famosos falam de negritude e lutas
Carlinhos Brown, Sulivã Bispo e Edilene Alves conversaram com o Portal A TARDE sobre a data
Por Redação
O Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, marca a morte de Zumbi dos Palmares e serve para discutir temáticas como a importância do enfrentamento ao racismo. Em 2024, a data é comemorada, pela primeira vez, em todo o país.
O Portal A TARDE conversou com referências das artes na Bahia sobre negritude e a luta contra preconceitos. Carlinhos Brown comentou sobre a consciência negra: "A lição mais urgente é encontrar uma forma de que a miscigenação ache o homem transparente. E nós precisamos disso, essa transparência, a ponto de sabermos nos reconhecer. Nós somos negros afro-brasileiros".
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"Muita gente ainda impõe para a gente essa história [sobre diferenças étnicas] e faz com que a gente viva sobre a página da dor da escravidão. Isso fecha muitas portas e, sobretudo, negócios. Impede muitas vezes a gente se vitimizar também às vezes pelas questões. Somos ativistas a ponto de, às vezes, não saber dizer", afirmou o cantor.
A coreógrafa Edilene Alves destacou que a dança, a música, o teatro, entre outras formas de expressão, são "veículos importantes de afirmação, de a gente entender a nossa identidade e nosso espaço na sociedade".
Questionada sobre o cabelo como ato político, a dançarina ressaltou: "Quando você chega em um lugar, você já está comunicando quem você é, de onde você é, como você se expressa. E não é fácil. Eu sou a pessoa que utiliza o cabelo black. E sou a pessoa que estou adentrando vários espaços, como aeroportos, como shopping center, que são lugares que já tem uma beleza, uma estética muito enraizada, muito imposta. E quando a gente chega entre esses lugares, eu sinto que eu tô abrindo portas para outras meninas se sentirem à vontade e em demonstrar a sua identidade também. Mas ainda é muito difícil", falou.
Já Sulivã Bispo, conhecido pela sua personagem Mainha, da web série “Na Rédea Curta” e nas séries “Treme Treme" e "Férias em Família", no Multishow, comentou sobre a importância de discutir a intolerância religiosa, ainda muito presente na sociedade.
"É muito importante a gente falar sobre isso no novembro negro, mas também nos 365 dias do ano. Eu costumo dizer que a religião de matriz africana é o prefácio da vida do preto, é o prefácio da vida do negro brasileiro, porque tudo que a gente tem de cultura", dsisse.
Ele completou: "A gente tem hoje em dia um processo muito difícil, muito doloroso, que a gente tem enfrentado, principalmente nós, povo de santo, que é o processo do racismo religioso, porque, principalmente as religiões neopentencostais querem a todo custo, a todo momento, acabar".
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