CULTURA
Escritores baianos ampliam referências negras para as infâncias
Autores destacam como narrativas afrocentradas fortalecem infâncias negras

Por Isabela Cardoso

No Dia da Consciência Negra, o Studio Palma chama atenção para o papel decisivo da literatura infantil na construção da autoestima de crianças negras e no fortalecimento de uma sociedade antirracista. A iniciativa destaca autores baianos que têm renovado o imaginário das infâncias ao produzir obras centradas na ancestralidade, no afeto e na representatividade.
A curadora Ester Figueiredo, idealizadora do Studio Palma, reforça que essa produção literária amplia referências positivas e rompe estereótipos historicamente associados à população negra.
Gilmara Belmon: afeto, memória e afrocentricidade
Pedagoga, escritora e mestra em Educação, Gilmara Belmon defende a importância de narrativas afrocentradas para que crianças negras se reconheçam como protagonistas. Sua obra mais recente, A Magia da Colcha de Retalhos, mistura memórias, cuidado materno e ancestralidade. A autora tem dois livros solo, além de participações em coletâneas.
Marcos Cajé: ancestralidade e afro-fantástico
Pedagogo e mestre em História da África, Marcos Cajé escreve para as infâncias desde que percebeu a falta de representatividade na literatura infantil. Hoje com 20 livros publicados, ele lançou O Mar de Kumi, que mistura coragem, magia e elementos sagrados presentes em sua escrita afro-fantástica. Para Cajé, não existe educação antirracista sem literatura antirracista.
Leia Também:
Márcia Mendes: cotidiano e identidade
Mestra em Ensino e criadora do projeto “Um livro para chamar de meu”, Márcia Mendes aposta na “literatura negro-afetiva”, que valoriza o cotidiano das famílias negras e incentiva o letramento racial. Sua obra mais recente, O vestido de poá de lavanda, narra com poesia a amizade entre agulha e linha enquanto a mãe de Zola costura um vestido repleto de simbolismo e memória.
Regina Luz: imaginação e direitos
Educadora e autora de quatro livros infantis, Regina Luz vê na escrita uma forma de transformação social. Sua nova publicação, Meu Sonho Cor do Luar, conta a busca de Chica por sua ancestralidade, levando a personagem à descoberta de sua ligação com a poetisa Auta de Souza. A obra reforça a importância de personagens negros ocupando espaço no imaginário literário das crianças.
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes



