CULTURA
Flipelô é delas! Autoras negras e independentes protagonizam feira
Literatura independente e feminina marca presença na programação da feira literária
Por Jaisa de Almeida e Agatha Victoria*

As autoras chegaram com tudo na 9ª edição da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô). Nesta quinta-feira, 7, segundo dia da programação, o Centro Histórico virou palco de encontros potentes entre escritores, leitores e editoras, com destaque para a produção independente.
Neste ano, o evento homenageia o dramaturgo baiano de Salvador Alfredo de Freitas Dias Gomes, mais conhecido como Dias Gomes. E, no clima de celebração à literatura nacional, as expositoras aproveitaram para compartilhar suas vivências, referências e visões sobre o mercado editorial.
“A Flipelô é maravilhosa. A gente sabe que é um espaço para autor independente, para a gente poder não só trazer a obra, como também ter contato com outros profissionais do mercado. Aqui, a gente conhece pessoas maravilhosas, autores incríveis, tem muita programação interessante para quem quer passar o dia. Então, a experiência de expositor é incrível, porque a gente aproveita toda a programação aqui de dentro mesmo e também porque a gente tem contato com nossos leitores, que acaba que engrandecem a experiência", contou a escritora Ingrid Gomm.
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Fã assumida de fantasia e literatura afrocentrada, Ingrid destacou obras que marcaram sua trajetória como leitora: “Eu gosto muito de toda a saga da crônica vampiresca de Annie Rice. Da obra 'Estados Unidos da África', de Daniel César e Anderson Shon.' Crônicas de Aralver', da editora Flive, também é uma excelente saga, vale a pena conferir.”
Quem também marcou presença foi a poeta Carmen Faustino, autora do livro 'Um Estado de Libido'. Escritora independente, ela falou sobre a importância de ocupar espaços como a Flipelô: “Eu sou uma escritora independente, uma poeta independente, então a gente faz esse movimento de poder estar na feira, ocupar os espaços para poder mostrar nossa literatura, fazer poesia.”
Levando três obras autorais voltadas à literatura negra feminina, Carmen reforçou como eventos culturais fortalecem a cena literária e ampliam a rede entre autoras e leitores. “Para mim é sempre muito bom participar de feira literária porque é a possibilidade que a gente tem de trocar, trocar com outros escritores, conhecer o circuito literário, ver o que está acontecendo.”
Entre as inspirações que carrega, a poeta citou nomes importantes da literatura brasileira. “Eu gosto muito de Conceição Evaristo. Olhos d’Água, Escrevivência e Insubmissas lágrimas de mulheres são livros que eu tenho no coração", contou.
Por fim, ela também relembrou a importância de ter tido contato com clássicos na juventude, o que a ajudou a enxergar a poesia presente em todas as coisas. "Acredito que ter lido Machado de Assis na minha adolescência fez muita diferença também na minha vida, então a obra dele também é muito importante.”
Flipelô
A Flipelô vai até domingo, 10, ocupando espaços do Centro Histórico de Salvador, com acesso gratuito a toda a programação.
*Sob supervisão de Bianca Carneiro
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