DEU RUIM
Influenciadora denuncia intolerância após aprovação da Bíblia nas escolas: "Quintal da igreja"
Moça criticou a obrigatoriedade do livro sagrado como didático

Por Franciely Gomes

A influenciadora baiana Bárbara Carine usou suas redes sociais para fazer um desabafo nesta segunda-feira, 20. A moça publicou um vídeo em seu perfil do Instgaram e detonou o Projeto de Lei nº 262/2025, que propõe o uso da Bíblia Sagrada como recurso paradidático em escolas públicas e particulares da cidade de Salvador.
Proposta pelo vereador Kênio Rezende (PRD) e aprovada pela Câmara Municipal de Salvador (CMS) no início de outubro, a proposição alega que o livro religioso será utilizado como instrumento de suporte nas disciplinas História, Literatura, Geografia, Filosofia, Artes e Ensino Religioso.
Indignada com o projeto, Bárbara alegou que as escolas não devem ser vistas como um “quintal da igreja” e que as instituições de ensino devem respeitar a diversidade religiosa do país, que é considerado laico.
“Ah, Bárbara, você está fazendo cristofobia, você está sendo contra... Gente, a Bíblia é um livro religioso, que as pessoas que pregam a fé cristã, elas vão adotar o seu livro dentro das suas igrejas. A escola não é um quintal da igreja de ninguém. A escola não é a extensão da igreja de ninguém. A Bíblia tem a sua liberdade de transitar nos ambientes religiosos, dentro da sua família, da sua casa, se é assim que você deseja”, disse ela.
Leia Também:
Intolerância religiosa
A escritora ainda reforçou que este tipo de imposição reforça o preconceito e a intolerância contra religiões de matrizes africanas, que são demonizadas diariamente pelos evangélicos e católicos.
“Violentam, quebram tempos, matam pessoas. Construíram uma concepção de mundo unilateralizada, que só eles têm verdade da fé, só eles têm a noção do que é divindade. O resto tudo é demonizado, principalmente quando é vinculado a religiões de matriz africana. E aí, a gente está falando de uma cidade com 84% de população negra e aí vem a Câmara Municipal e faz um negócio desse? É um absurdo”, disparou.
Por fim, Bárbara destacou que a aprovação do Projeto de Lei visa um controle de imagem da capital baiana. “Ah, Bárbara, mas a Bíblia é um livro de contos? Não é sobre isso. A gente não é ingênuo. A gente sabe que para quem está fora da igreja, a Bíblia é um livro de contos, mas não é quem está fora da igreja que está pautando que a escola, é quem está dentro para promover o controle de imagem, de mundo, de natureza, de fé, o controle das massas”, concluiu ela.
Sobre o Projeto de Lei nº 262/2025
Apesar da aprovação, a proposição segue agora para sanção do Executivo municipal e aplicação prática da lei dependerá de regulamentação que defina parâmetros para o uso da Bíblia em sala de aula.
Seu texto também garante que o uso da Bíblia nas aulas seja facultativo, permitindo que os alunos optem por não utilizar o material.
Seis vereadores votaram contra o projeto, são eles: Aladilce Souza (PCdoB), Hamilton Assis (Psol), Marta Rodrigues (PT), Silvio Humberto (PSB), João Claudio Bacelar (Podemos) e Hélio Ferreira (PCdoB).
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes