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Entregadores ganham menos do que a média da população, diz IBGE
Entre 2022 e 2024, mais de 40 mil pessoas começaram a trabalhar como entregadores no Brasil

Por Carla Melo

Nova divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que entregadores tendem a ter longas jornadas de trabalho e recebem, em média, menos do que o restante da população ocupada.
Entre 2022 e 2024, mais de 40 mil pessoas começaram a trabalhar como entregadores no Brasil, e das 485 mil pessoas que utilizaram aplicativos de entrega para trabalhar em 2024, 274 mil (56,5%) eram entregadores e 211 mil tinham outras ocupações, como donos de restaurantes que usavam aplicativos para captar clientes e realizar vendas.
Em 2024, o Brasil tinha ao todo 1,7 milhão de pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços (transporte de pessoas, entrega de comida e produtos, serviços gerais ou profissionais), o equivalente a 1,9% da população ocupada no setor privado.
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Do total regional, o Nordeste teve a maior proporção de trabalhadores por aplicativos de transporte particular de passageiros (excluindo os de táxi).
Escolaridade de entregadores é baixa
Esses trabalhadores, além de terem escolaridade menor que os demais, também são os que têm o menor rendimento, embora a carga horária semanal seja equivalente (46,4 horas para os entregadores e 46,5 horas para as outras ocupações).
Considerando todos os ocupados que utilizaram aplicativos de entrega, esse rendimento foi de R$ 3.322 em 2024. A média de renda dos entregadores foi de R$ 2.340, enquanto para outras ocupações plataformizadas era de R$ 4.615.
Rendimento é baixo
A renda dos entregadores de app ainda é menor do que o rendimento médio de todos os trabalhadores no país em 2024, que foi de R$ 2.878.
Além disso, 55,8% dos motoristas de aplicativos (exclusive aplicativo de táxi) e 50,1% dos entregadores tinham a jornada influenciada por meio de incentivos, bônus ou promoções que mudam os preços.
Por outro lado, mais de 30% dessas categorias de trabalhadores também relataram o efeito das ameaças de punições e/ou bloqueios realizados pelas plataformas. Entre os motoristas de aplicativos (exclusive aplicativos de táxi), 78,5% relataram que a possibilidade de escolha de dias e horários de forma independente influenciava sua jornada de trabalho.
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