ECONOMIA
Feirão Limpa Nome: veja dicas importantes antes de negociar sua dívida
Portal A TARDE conversou com o economista Edval Landulfo para falar sobre o assunto
Por Isabela Cardoso

Um levantamento da Serasa mostrou que os inadimplentes brasileiros têm, em média, 4 dívidas. Atualmente, o país tem 73,5 milhões de negativados, sendo mais de 4 milhões na Bahia. Com a inadimplência em alta, muitos consumidores buscam alternativas para negociar e limpar o nome de forma rápida e segura.
Nesta segunda-feira, 17, a Serasa divulgou a retomada de descontos do Feirão Limpa Nome com o objetivo de uma mega ofensiva contra a inadimplência. Além disso, os consumidores que pagarem uma ou mais dívidas que juntas somarem pelo menos R$300, terão direito ao Auxílio-Dívida de até R$100, no valor de um outro débito em aberto, para quitar essas pendências.
O Portal A TARDE conversou com Edval Landulfo, economista e vice-presidente da Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-BA), para falar sobre o assunto e explicar como manter a organização financeira em dia.
“O pré-requisito tem que ter contas a partir de R$ 300, mas às vezes é uma conta R$ 100 em um determinado lugar, R$ 200 em outro, R$ 1.000 em outro, R$ 3.000 em outro. Então, as pessoas acabam ficando desestimuladas a quitar mesmo essas pequenas, porque não vê a possibilidade de quitar as outras. Mas tem que entender que, nesse momento, tem uma vantagem de negociação até 99%. Seria bom ver todas as dívidas que estão elegidas na plataforma do Serasa Limpa Nome e tentar negociar o máximo que puder”, explica Landulfo.
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A novidade do Auxílio-Dívida ainda está chegando ao conhecimento das pessoas. A biomédica Thais Ribeiro, de 27 anos, já limpou o nome três vezes através do Feirão Serasa. Ela contou que não vai participar desta edição, mas pretende solicitar o auxílio na próxima.
"Eu tenho uma dívida no Bradesco que já foi vendida para uma empresa securitizadora. Já fiz acordo, comecei pagando, eles sumiram com os boletos, eu não achei eles e depois vieram me cobrar. Nessa, eu não queria mais pagar. Tenho uma dívida no hipercard que estou pra fazer acordo esse ano. Eu não tenho como pagar agora. Ainda estou estabilizando a minha vida financeira, mas a meta é, no final do ano, lidar com isso. E agora que eu sei desse auxílio, se estiver aberto no final do ano também, vou querer, obviamente", diz.
Antes de negociar, o que fazer?
1. Entender os gastos
De acordo com o Edval Landulfo, o ideal é entender se há espaço no orçamento doméstico para negociação de dívidas. O foco é saber como o dinheiro é gasto e qual a renda líquida com descontos de taxas e impostos.
“É super importante verificar se o orçamento vai comportar qualquer dívida, mesmo que seja uma dívida de 10, 15, 20 reais, a gente não pode fazer se não tiver como honrá-las, porque aí dá aquela sensação de pagar uma determinada dívida durante um tempo e depois não ter condições, é como se enxugasse gelo”, destaca.
2. Organização financeira
Nesse sentido, Landulfo traz a importância de ter uma organização financeira para avaliar as possíveis reservas.
“Anotar tudo que compra a prazo, seja cartão de crédito, crediário, anotar todas as parcelas, perceber onde pode diminuir algum gasto supérfluo no seu orçamento, seja com alimentação, seja com lazer, seja com algum tipo de pagamento com materiais, de limpeza. Tudo dentro de uma casa precisa ser reavaliado para ver como é que pode fazer essa sobra do dinheiro, tentar negociar ao máximo com o credor parcelas que caibam no orçamento, mas entendendo também que não pode haver cobranças de juros nesse momento, a negociação tem que ser muito boa para essa devedora”, diz.
3. Renda extra
O economista aponta a possibilidade de uma atividade que gere renda extra, para que seja transformada em renda de emergência. Além disso, também deve buscar ajuda caso a compra de bens ou serviços possa ser um vício.
“A pessoa pode fazer em algum período uma atividade que vai gerar uma renda extra e transformar em uma renda de emergência para que não tenha um comprometimento maior da sua renda. Sabemos que existem diferentes pessoas que passam aperto todos os meses porque a renda não é suficiente, então tem que procurar uma atividade extra", explica.
4. Buscar ajuda profissional
O economista destacou também as compras por impulso e a falta de uma organização financeira para controlar os vícios de consumo.
"Entender o essa recorrência de ficar inadimplente, o que pode fazer para que isso não aconteça durante o ano. Sabendo as pessoas que agem por impulso, é tentar entender, buscar até uma ajuda profissional, para sanar esse vício em realizar compras de bens ou adquirir serviço que está impossibilitando essa pessoa ter uma saúde mental e financeira adequada a uma boa qualidade de vida”, conclui.
5. Após nome limpo
Landulfo destaca os benefícios de uma pessoa após a quitação da dívida que, além do nome voltar a ter um cadastro positivo no Serasa Score, também pode ser elegível para outro crédito.
“Há uma vantagem se a pessoa não tiver mais dívidas, porque o nome volta a ficar no cadastro positivo, com uma pontuação no escore, que pode ser elegível para um outro crédito, em uma determinada compra que necessite caso não tenha dinheiro, e possa ter uma quantidade maior de parcelas, porque esse bem tem um valor agregado maior. Claro que a pessoa sempre precisa analisar se há necessidade de pegar aquele crédito porque quando se programa, paga tudo à vista, é muito melhor porque há uma concessão de desconto para as pessoas que pagam à vista”, ressalta.
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