ECONOMIA
Hambúrguer em risco? EUA dependem do Brasil para carne moída
Entidade dos Estados Unidos faz apelo ao governo americano
Por Luiz Almeida

A produção de hambúrgueres nos Estados Unidos pode ser afetada caso o governo mantenha tarifas adicionais sobre a carne bovina importada do Brasil.
O alerta foi feito pela Meat Import Council of America (Mica), entidade que representa importadores de carne, em carta enviada ao governo americano.
Segundo Michael Skahill, diretor-executivo da Mica, os Estados Unidos têm uma deficiência estrutural em um ingrediente essencial para a produção de carne moída: as aparas bovinas magras (lean beef trim).
Esse tipo de corte é fundamental para equilibrar a gordura da carne e garantir a produção de hambúrgueres, mas não é produzido em quantidade suficiente no mercado interno.
Por que os EUA precisam do Brasil?
Apesar de serem um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina do mundo, os EUA priorizam a criação de gado para cortes premium, como bifes marmorizados, que são mais valorizados. Isso faz com que falte matéria-prima para a produção de carne moída.
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“As aparas bovinas magras importadas são usadas para misturar com aparas nacionais mais gordurosas, garantindo a produção dos hambúrgueres consumidos por milhões de famílias americanas”, explicou Skahill.
Somente em 2024, os americanos compraram US$ 15,3 bilhões em carne moída — um aumento de 10% em relação a 2023. O consumo anual é impressionante: cerca de 50 bilhões de hambúrgueres por ano.
Pedido ao governo americano
Na carta, a Mica pede que o governo revise as tarifas e não imponha restrições comerciais sobre a carne bovina importada, destacando que a medida seria prejudicial para a cadeia de produção e para a resiliência alimentar dos Estados Unidos.
“Recomendamos que o USTR se abstenha de implementar tarifas, pois isso afetaria negativamente tanto consumidores quanto produtores americanos”, reforçou o executivo.
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