PESO PARA O CONSUMIDOR
Por que a cerveja ficou mais cara no Brasil? Entenda os reajustes da Heineken e Ambev
Os dados fazem parte de um relatório especial do Bank of America (BofA)
Por Daniel Genonadio

Beber cerveja está cada vez mais caro no Brasil. Os preços do produto avançaram nos meses de julho e agosto, principalmente após reajustes da Heineken e da Ambev, as duas principais cervejarias do Brasil.
Entre julho e agosto, a Heineken apresentou um aumento médio de 6% nos seus produtos comercializados no Brasil. Em seguida, a Ambev também mudou a sua política de preços e reajustou seus produtos com uma alta média de 3,3%.
Os dados fazem parte de um relatório especial do Bank of America (BofA), que acompanha mais de 1.500 amostras de preços diariamente em 19 marcas. O relatório acontece tanto no consumo em bares e restaurantes quanto no comércio de supermercados, atacadistas e pequenas lojas.
Leia Também:
Analistas do BofA apontaram estratégias diferentes entre os rivais. A Ambev reajustou preços em abril e maio e a Heineken reduziu em 2% no segundo trimestre. Já em julho, o cenário foi de alta expressiva da Heineken, o que já é sentido no bolso do consumidor.
Aumentos expressivos
Dentro do Grupo Heineken, o produto com a maior alta entre junho e agosto foi a cerveja Devassa, com um salto de 24%. Já a cerveja Heineken aumentou 3,4% no mesmo período. Por outro lado, a Ambev reajustou a Corona em dígito alto e a Stella Artois em dígito baixo.
A BofA aponta qua a expansão da capacidade da Heineken combinada com preços mais atrativos tende a favorecer ganho de participação de mercado. Se em 2024, a Heineken era 13% mais barata que a Corona, a diferença agora é de 28%. Também deixou ser 4% mais cara que a Stella para ficar 2%.

“Embora acreditemos que o aumento da Heineken seja marginalmente positivo para a Ambev em termos de concorrência, a diferença da marca Heineken em relação às marcas da Ambev continua a aumentar. Com a Heineken continuando a expandir sua capacidade, acreditamos que um ponto de preço mais atraente poderia ser um apoio para o ganho de participação de mercado no futuro”, aponta o relatório do banco, produzido pelas analistas Isabella Simonato e Julia Zaniolo.
Os reajustes já refletiram no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor), o índice oficial de inflação do país, de julho. Apesar de o grupo Alimentação e bebidas ter tido variação negativa (-0,27%) entre junho para julho, o item cerveja teve aumento de 0,45% no comércio, acima da inflação de 0,26% em julho.
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes