BLACK FRIDAY 2024
Shoppings lucram e vendedores mantém expectativa na Black Friday
Vendedores nutrem esperanças de alavancar vendas durante o período
Por Felipe Sena
“A nossa expectativa é muito grande para a Black Friday, estamos apostando”. Essa é a esperança do vendedor de loja de calçados em shopping de Salvador, Amilton Anunciação, de 62 anos. Como o aumento das vendas e renda no comércio varejista, principalmente nos shoppings, a Black Friday, que inicia no dia 29 de novembro, uma sexta-feira, é uma forma de aquecer ainda mais as vendas e alavancar a renda.
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A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) HiPartners, em parceria com a Venture Capital, divulgou um relatório recente do Índice de Performance do Varejo (IPV) em que mostrou a comparação com setembro de 2023, apesar da queda nacional de 1% em visitação às lojas físicas, os corredores dos shoppings estavam mais cheios, registrando crescimento expressivo nas regiões Sudeste (+14%) e Nordeste (+10%).
Apesar da queda do fluxo de visitação, o faturamento nacional registrou aumento de 13%. O Nordeste se destacou, com um avanço expressivo de 44%, seguido pelas demais regiões, que também apresentaram números positivos.
De acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), divulgados em agosto, em relação ao mês anterior, a Bahia apresentou crescimento de de 1,7%, vigésima taxa positiva consecutiva.
Em entrevista ao Portal A TARDE, o economista Armando Avena, afirmou que as vendas no varejo geral e nos shoppings cresceram quase em sua totalidade no primeiro semestre de 2024.
“Os artigos de farmácia cresceram 13%, os hipermercados e supermercados, 12%, móveis; 9%, eletrodomésticos, 6,5%. Alguns setores cresceram menos, como o setor de tecido, vestuário e calçados, que cresceu 1,5%. Outros setores que não cresceram são vinculados a livros, revistas, jornais e papelaria, que tiveram um desempenho negativo. No entanto, as vendas gerais superam 7%”, explica.
Os dados da SBVC apontam que o avanço está diretamente relacionado ao crescimento do ticket médio geral, que subiu 10%. Em lojas de shopping, o aumento foi de 23%, enquanto nas situadas na rua, teve 6% de alta. Entre as regiões, o Nordeste liderou novamente com aumento de 37%. Além disso, a região foi a única a apresentar evolução, de 2%, no fluxo de visitação.
Aumento de renda
Segundo Armando Avena, os fatores principais que podem ter alavancado as vendas em shoppings centers são a baixa da taxa de desemprego, programas de distribuição de renda, como o Bolsa Família, no que tange a classe baixa e classe média baixa. Além da inflação que está relativamente controlada. “O IPCA, por exemplo, está um pouco acima da meta, mas está na meta, em torno de 4% neste ano de 2024”, explica o economista.
A taxa de desemprego na Bahia registrou uma queda de 2,9% no segundo trimestre de 2024, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, publicada nesta quinta-feira, 15, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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“Já a classe média e classe média alta, que são frequentadores de shopping, não vê esse incremento na renda, mas a economia como um todo está crescendo”, ressalta o economista. O Fundo Monetário Internacional (FMI), elevou, de 2,1% para 3%, a projeção de crescimento da economia brasileira.
As vendas estão aumentando?
Apesar de estudos a respeito da elevação das vendas no varejo em shoppings centers, os vendedores que trabalham no ramo há anos, deixam a esperança para a Black Friday, como forma de elevar a renda. A vendedora Kelliane Freitas, de 36 anos, que trabalha em uma loja especializada em cama, mesa e banho, em Salvador, é pressionada para bater metas onde trabalha, para ter uma renda maior no final do mês, diz que as vendas poderiam ser melhores.
Ainda conforme do PMC, o comércio varejista baiano registrou retração de 2,8% nas suas vendas em junho de 2024, frente ao mês imediatamente anterior. No cenário nacional, houve queda de 1,0%, na mesma base de comparação. Com relação a igual mês do ano anterior, a Bahia apresentou crescimento de 1,7%, vigésima taxa positiva consecutiva.
“Há alguns meses estamos sofrendo com a queda das vendas. O shopping não está tendo a mesma movimentação de anteriormente a alguns meses atrás. A procura por produtos de cama, mesa e banho, não está tendo a mesma procura de antes”, lamenta a vendedora.
Segundo Armando Avena, apesar da alavancagem de vendas e circulação nos shoppings centers, setores específicos, como é o caso do setor de cama, mesa e banho, podem ter sofrido queda.
Kelliane diz que percebeu que os clientes estão diminuindo os gastos. “As pessoas pensam no que vai acontecer amanhã. Eles preferem não gastar muito hoje. Às vezes, levam apenas um produto e não dois, porque acreditam que esse produto vai ser utilizado e se desgastar, ele compra outro depois”, diz.
Essa é a mesma dedução de Maria da Penha, de 60 anos, que também trabalha em uma loja de cama, mesa e banho. “O varejo caiu muito. Eu acredito que seja a questão do poder aquisitivo das pessoas, que estão mais cautelosas. Há 15 anos trabalho com esse segmento e foi terrível a queda nas vendas. Caiu cerca de 70% as minhas vendas, em relação há dois anos”, afirma a vendedora.
Expectativa na Black Friday
A maioria dos clientes compram, quando eles antecipam a venda de dezembro, então é uma expectativa muito grande para nós vendedores.
Kelliane diz que as expectativas para aumento das vendas na Black Friday estão altas. “A maioria dos clientes compram, quando eles antecipam a venda de dezembro, então é uma expectativa muito grande para nós vendedores, que o mês de novembro venha com força para as vendas”, diz.
A expectativa é de crescimento de venda, porque é o trimestre mais importante do varejo, quando temos a Black Friday.
"A expectativa é de crescimento de venda, porque é o trimestre mais importante do varejo, quando temos a Black Friday, em novembro, o que facilita o atendimento ao consumidor de qualquer forma. A expectativa do varejo é de equilibrar em termo de recuperação das vendas que ano passado foram tímidas para a realidade. Estamos confiantes e os shoppings centers vão ter um movimento econômico significativo”, diz o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia, Paulo Motta.
E-commerce: um aliado ou rival?
Com o advento do e-commerce, muitas pessoas preferem comprar pela internet do que em lojas físicas, principalmente por causa do preço. Por isso, as lojas físicas precisam criar estratégias para atrair os clientes.
Paulo Motta, hoje existe uma preocupação com relação às vendas online, comparado com as presenciais. “O e-commerce hoje é um instrumento de venda extraordinário, que com a pandemia, cresceu muito no mercado, e eles se aperfeiçoaram com a distribuição dos produtos comercializados. Então não só os shoppings centers tem dificuldades, como o comércio de rua”, diz.
Para Armando Avena, é necessário criar estratégias para estimular os clientes às compras. “ Como estimular comprar por impulso, fazer promoções e é preciso que os comerciantes de lojas comecem a usar o próprio instrumento eletrônico como forma de atrair clientes, ou pelo reduzem ou aproximem seus valores do digital. Se não, a concorrência fica difícil. Mas o comércio digital tem o frete que faz com que os produtos fiquem mais caros”, salienta.
Geração de empregos temporários no fim de ano
Segundo Edson Piaggio, coordenador Regional da Abrasce para o Estado da Bahia a expectativa é gerar 6.000 vagas temporárias para o último trimestre do ano, destacando o período do Black Friday e Natal, desde o início de novembro. No entanto, ainda não há informação da distribuição de vagas para o final de ano.
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