MEIO AMBIENTE
Indígenas são os que possuem territórios mais bem preservados
Estudo do MapBiomas mostra que os Territórios Indígenas são os mais preservados do Brasil
Por Da Redação

“Fomos nos alienando desse organismo de que somos parte, a Terra, e passamos a pensar que ele é uma coisa e nós, outra”. O pensamento do escritor e líder indígena Ailton Krenak evidencia a lição ancestral que os povos originários dão à humanidade: “Tudo é natureza”. Na data em que se celebra o Dia do Meio Ambiente, 5 de junho, a Defensoria Pública da União (DPU) chama atenção para os costumes e a história daqueles que são os verdadeiros guardiões da natureza.
Divulgado em 2023, o Estudo do MapBiomas mostra que os Territórios Indígenas são os mais preservados do Brasil. Nos últimos 38 anos, enquanto a perda de vegetação nativa em áreas privadas chegou a 17%, não passou de 1% nas terras indígenas. Os povos originários ocupam 13% do território brasileiro e são responsáveis por 19% de toda a mata preservada do país. Povos indígenas e comunidades tradicionais inspiram as melhores práticas de proteção do planeta.
Impactos socioambientais
A exploração predatória do garimpo em Terras Indígenas é um dos temas prioritários de atuação da DPU. Insegurança alimentar, contaminação por mercúrio, desmatamento e especulação de terras são apenas alguns dos impactos socioambientais dessa atividade nesses territórios. Em 2022, a DPU instituiu o Observatório Nacional sobre Garimpo e Efeitos Socioambientais (OGES) com o objetivo de estabelecer e fomentar uma rede de instituições para atuação em defesa das populações atingidas por esses impactos.
Dados reunidos pelo Mapbiomas e destacados no site do observatório mostram que, entre 2010 e 2021, o garimpo ilegal em terras indígenas aumentou 632%, sendo o ano de 2021 o que registrou a maior expansão em 36 anos, totalizando 15 mil hectares devastados.
Comunidade tradicionais
A interdependência entre a natureza e o modo de vida de comunidades tradicionais, como quilombolas, pescadores artesanais, ribeirinhos e extrativistas, também servem de exemplo para novas relações que a humanidade precisa estabelecer com o meio ambiente, especialmente em um cenário de agravamento da crise climática.
Uma ação recente da Defensoria em defesa desses territórios levou à revogação da Orientação Jurídica Normativa (OJN) nº 56, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O documento tratava da atuação do órgão em relação a processos de licenciamento ambiental de empreendimentos que afetassem diretamente povos e comunidades tradicionais (PCTs).
A OJN, emitida em 2022 pela Procuradoria Federal junto ao Ibama, orientava o órgão licenciador a excluir populações tradicionais do processo de consulta, previsto pela Convenção nº 169/1989, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), nos atos do licenciamento ambiental.
Outra iniciativa de proteção desses territórios foi realizada em cinco comunidades quilombolas - Baião, Poço D'Antas, Laginha, São Joaquim e Lageado - no sudeste do estado do Tocantins. Em fevereiro deste ano, o atendimento itinerante, que está inserido no projeto Território de Tradição e de Direitos, foi promovido em aldeias, quilombos e comunidades tradicionais dessa área. Nessas ocasiões, a DPU realiza parcerias com outras instituições para atendimento a essa população.
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