A MARATONA DA BAHIA
A TARDE Run reuniu prática de esporte, saúde e inclusão
A Maratona da Bahia foi aberta a todos os públicos, prezando pelo respeito e igualdade
Por Marcos Valença e Eduardo Dias
Em um conceito básico, a prática do esporte aliada à inclusão social além de promover a convivência em grupo, ajuda no crescimento pessoal, na percepção da participação de cada um na sociedade, no aprimoramento da disciplina, no respeito ao próximo, entre diversos outros aspectos.
E assim foi marcada a primeira edição do A TARDE Run - A Maratona da Bahia, realizada pelo Grupo A TARDE neste domingo, 15, que teve como um dos corredores da prova dos 21 quilômetros, o paratleta Eduardo Ferreira da Silva, de 65 anos, deficiente físico que corre há 42 anos e já está em sua 6ª meia-maratona e 36ª corrida do ano, sendo destaque como símbolo de superação e determinação na prova.
Com o auxílio de seu par de muletas, Eduardo destacou que encara a prova como um exemplo de perseverança, e que jamais pensou em desistir de correr, mesmo em meio às dificuldades que a vida o estabeleceu.
“Tem que ter força de vontade, porque eu corria normal, mas já completaram 6 anos em janeiro que eu tive uma fratura no joelho esquerdo. Fizeram a cirurgia um ano depois, aí com dois meses depois da cirurgia eu comecei a correr de muleta para não ficar parado. Eu tenho 42 anos de corrida”, contou ele, dando dicas de como se manter ativo na prática de esporte mesmo com limitações.
“É desistir nunca, render-se jamais. Eu comecei a correr por causa de um problema psiquiátrico, um problema de infância, me ajudou muito. Então eu continuei. Depois da cirurgia, muita gente mandou eu ficar parado. Eu digo, ‘não’, vou dar um jeito. E comecei a correr”, explicou ele, fazendo uma promessa ousada para a edição do próximo ano do A TARDE Run.
“Eu só corro hoje até 21km, mas se Deus permitir, para o ano que vem, quando eu completar 65 anos de idade, eu quero correr uma maratona (42km)”, afirmou.
Outro exemplo de superação e determinação atrelado ao esporte é do paratleta Alfredo Santos, de 67 anos, deficiente visual que disputou a prova na companhia de seu guia, Wesley Correa. Ele conta como começou nas corridas de rua e narra sua trajetória de 49 anos voltados ao esporte.
“Isso é algo que é comum para mim, porque já tenho 49 anos de corrida, eu enxergava. Em 2004, perdi 90% da visão, e de lá para cá continuei a correr sozinho, depois tive que recorrer ao guia, alguém que pudesse me auxiliar para poder correr”, disse, ao enfatizar sua idade “São 67 anos de idade, pela graça e misericórdia de Jesus Cristo”.
Seu Alfredo perdeu a visão após um problema de glaucoma. Ele, no entanto, reitera que segue com os cuidados com a saúde, com treinos diversos durante a semana.
“Treinamos 2,3 ou 4 vezes na semana. Somos nós dois atualmente. Há um ano que corremos juntos”, disse ele, destacando a parceria com seu guia.
Seu Alfredo revelou ainda que já perdeu as contas de quantas corridas faz durante o ano. “Ah, perdi a conta, perdi a conta. Porque antes eu fazia maratona, meia maratona, 10km e 5km. Atualmente, estou correndo 10km e 5km”, disse ele, prometendo também disputar 21km e 42km no próximo ano.
Parceiro de Seu Alfredo, Wesley contou como é acompanhar o ritmo de treino e de corridas do paratleta. “É muito difícil acompanhar esse homem aqui, porque o homem é fera, mesmo com 67 anos. O homem corre muito ainda. Tenho que ter preparo para acompanhar um homem desse aí porque o homem é muito fera, o homem é fera demais”, disse ele, que acompanha Alfredo há 5 anos.
A Maratona da Bahia é uma realização do Grupo A TARDE, com organização da Viramundo, produção da Heads Events, apoio da Itaipava Arena Fonte Nova e patrocínio da Powerade e Crystal.
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